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“As redes sociais podem favorecer ansiedade e isolamento nos jovens”, alerta psicóloga de Rio Negrinho

“As redes sociais podem favorecer ansiedade e isolamento nos jovens”, alerta psicóloga de Rio Negrinho

“As redes sociais podem favorecer ansiedade e isolamento nos jovens”, alerta psicóloga de Rio Negrinho

 

RIO NEGRINHO. Nesta semana a equipe do Nossas Notícias conversou com Graciane de Oliveira, psicóloga, professora e coordenadora do curso de Psicologia da Univille em São Bento do Sul. Com 18 anos de atuação clínica, com ênfase em infância e adolescência, ela também atende no Espaço Integrar, em Rio Negrinho. Em entrevista, Graciane falou sobre os efeitos do uso intenso das redes sociais no desenvolvimento psíquico dos adolescentes, em um mês marcado pela campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio.

Segundo Graciane, o ambiente digital trouxe novas formas de socialização, mas também desafios importantes para o desenvolvimento psíquico. “Os adolescentes vivem em um estado de hiperexposição. Isso gera uma sobrecarga de informações, muitas vezes fragmentadas e contraditórias, que pode favorecer quadros de ansiedade, isolamento e instabilidade emocional”, explicou.

A psicóloga destacou que o mecanismo de comparação social, intensificado pelas redes, é um dos pontos que mais afetam os jovens. “Como as pessoas tendem a expor versões idealizadas de si mesmas, o adolescente acaba se comparando com padrões inatingíveis de beleza, sucesso e felicidade. Isso provoca sentimentos de inadequação, fragilidade e baixa autoestima”, ressaltou.

Outro aspecto levantado por Graciane é o impacto da lógica da performance e da busca constante por validação. “Muitos adolescentes utilizam as redes como um espelho para receber reconhecimento, mas o excesso de imagens e discursos externos pode sufocar a elaboração subjetiva. Isso enfraquece a construção da identidade, que fica excessivamente dependente do olhar do outro virtual”, explicou.

Para ela, não se trata de demonizar as redes, mas de compreender o papel que elas assumem na vida psíquica dos jovens. “O objetivo não é fugir do digital, mas refletir sobre o que ele está cobrindo. Muitas vezes as redes preenchem vazios emocionais, funcionam como um espaço de espelhamento. Cabe ao psicólogo escutar esses conteúdos e encaminhar de maneira saudável”, avaliou.

A especialista ainda defendeu a importância de incentivar vínculos sociais presenciais. “É preciso mapear interesses próprios da faixa etária e criar espaços de convivência real. O esporte, por exemplo, ajuda a desenvolver habilidades coletivas, negociações e resoluções de conflito, que são fundamentais para a vida adulta”, disse.

Graciane também fez um alerta: as redes sociais, sozinhas, não são as causadoras de transtornos mentais. É necessário avaliar o contexto de cada jovem. “Precisamos olhar histórias pessoais e familiares. Mas, de modo geral, quanto mais experiências reais de vida, maiores são as chances de desenvolver mecanismos de enfrentamento saudáveis”, concluiu.

“As redes sociais podem favorecer ansiedade e isolamento nos jovens”, alerta psicóloga de Rio Negrinho

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