Nossas Notícias

Especialista alerta: medicamentos naturais também tem contraindicações

Anúncios FLORIANÓPOLIS. Um grupo de cerca de 40 rio-negrinhenses, membros da Associação de Moradores dos bairros Vila Nova e Industrial Sul e da Associação Turismo de Rio Negrinho (Asturine), esteve na capital catarinense dia 18 de maio.

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O objetivo da viagem foi conhecer projetos de uso de plantas medicinais que são referência no estado e a partir deles, implementar ações que venham a fortalecer o projeto de medicina natural que desde 2015 vem sendo realizado pela Associação do Vila Nova e Industrial Sul em sua sede ao lado do CMEI Vila Nova. Conhecendo trabalho da Pastoral na Igreja São Francisco Xavier  Um dos locais visitados pela comitiva foi a Igreja São Francisco Xavier, onde há 25 anos, dezenas de voluntários ligados à Pastoral da Saúde , com a assessoria de especialistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da equipe do especialista Aléssio dos Passos, mantém um laboratório de produção de tinturas e medicamentos naturais que são vendidos a preços módicos para a população. A reportagem do Nossas Notícias acompanhou o grupo e conversou com Passos, que falou sobre os pontos positivos e os aspectos que ainda podem ser aprimorados no projeto. Confira a entrevista na íntegra!
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Nossas Notícias – Como o senhor deve saber muito melhor que a maioria das pessoas, é que há diferentes projetos de plantas medicinais no país. Porém, poucos como esse chegaram ao status de “laboratório”, o que deve ser considerado uma grande conquista pelo grupo da pastoral. E sendo raro, o que é importante nesse processo de implementação de laboratório? Aléssio – É interessante que quando se trabalha com laboratório de tenha uma visão bastante técnica, tanto com relação ao conhecimento como com relação a estrutura. Aqui por exemplo, o laboratório está de acordo com as determinações da Vigilância Sanitária. Nossas Notícias – Neste sentido então, estrutura e conhecimento se completam? Aléssio – Com certeza! Por isso é importante que haja capacitações como houve aqui. Todas ministradas por profissionais da área de saúde, com acompanhamento de técnicos, pesquisadores, acadêmicos e estudiosos da área.
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Nossas Notícias – Com o sucesso desse modelo, pode-se dizer que o projeto agora pode ser implementado da mesma forma em outras cidades? Aléssio – Não existe um processo pronto para a gente montar, a gente vai crescendo com as dificuldades. Mas com certeza, muitos dos passos dados aqui, com os seus resultados positivos podem servir de exemplo para outras organizações interessadas em implementar um trabalho semelhante. Nossas Notícias – O senhor falou em dificuldades, que surgem naturalmente. Na sua opinião, qual hoje é o desafio que este projeto precisa superar?
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Aléssio – Olha, esse é um projeto modelo para Santa Catarina, com plantas bem identificadas botanicamente, produtos de qualidade, muito conhecimento técnico. Mas percebo que de forma geral, a indicação mesmo de medicamentos naturais quanto dos tradicionais, deveria ser feita de forma mais completa. Nossas Notícias – O que isso significa exatamente? Aléssio – Por exemplo, o hipérico é indicado para uma pessoa. Daí a pessoa compra aqui ou na farmácia. Porém na grande maioria das vezes sem saber que o hipérico deve ser tomado apenas uma hora antes de dormir, que se a pessoa está tomando outros medicamentos, dependo de qual for, pode ficar tão sonolenta a ponto de não conseguir atravessar a rua e por aí vai.
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Nossas Notícias – E essa abordagem, de alertar para contraindicações e interações, quem pode fazer? Aléssio – Há uma carência de capacitações para voluntários e mesmo profissionais neste sentido. Uma abordagem bem feita é difícil até para o médico fazer, porque o atendimento tem que ser individual. Tem que saber a história do paciente, o que ele está passando naquele momento, o motivo de estar sentindo determinado (s) sintoma (s), … É difícil corrigir esta que é uma falha da medicina no Brasil de forma geral. Hoje a pessoa faz uma primeira consulta com o médico e ela dura cinco minutos ao invés de uma hora,como deveria ser. Nossas Notícias – O senhor falou que vários aspectos deveriam ser levados em consideração nos atendimentos em saúde. Neste sentido,o que tem a dizer sobre a relação entre o estado emocional e físico de pacientes? Um pode interferir sobre o outro? Aléssio – Com certeza! Existem as doenças psicossomáticas e ainda as doenças genéticas. A carga genética não se pode jogar fora,não tem como. Creio que o paciente também precisa confiar no médico e no medicamento. Além disso, comprar o medicamento com satisfação, pois ele vai lhe dar mais saúde. Tem gente que vai comprar medicamento com pena, daí não funciona. É preciso lembrar continuamente que somos um corpo físico e um corpo mental, para haver equilíbrio eles precisam conversar entre si, estar em sintonia. Nossas Notícias – Para finalizarmos, o que o senhor tem a dizer para quem já trabalha ou deseja trabalhar com plantas medicinais ? Aléssio – Quem vai trabalhar com plantas medicinais tem que prestar atenção na necessidade de unir o conhecimento popular com o conhecimento técnico. Por exemplo, a pessoa compra um livro de “Mil plantas medicinais para curar doenças”. Daí já pode contar que tem umas 300 indicações que estão erradas. Por isso é importante o saber científico também, para chegarmos mais perto da verdade que a gente procura. Eu tenho uma biblioteca sobre plantas medicinsis muito técnica em casa, maior até do que de muitas universidades. E por isso entendo que para trabalhar com plantas de uma forma ainda melhor o ideal seria um grupo com vários profissionais: um médico, um raizeiro, um farmacêutico, um terapeuta …]]>

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