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Psicólogos explicam sobre ansiedade, ansiedade coletiva e como enfrentar essas situações

A recente notícia de uma crise de ansiedade coletiva que atingiu 26 alunos de uma escola estadual no Recife vem servindo de alerta de como o transtorno pode ir muito além do que se imagina.

A situação, que atingiu os estudantes com crises de choro, falta de ar e tremor – eles precisaram ser atendidos pelo Samu – reforça a urgência de se tratar a ansiedade cada vez mais com seriedade e principalmente sem pré-conceitos.

E olhar para essa questão, inclui também que pais, educadores e toda sociedade estejam preparados para lidar com essa situação e auxilar crianças, jovens e adultos que passem por esse desafio. Pensando nisso, nossa reportagem convidou os psicólogos Danielle Oliveira e Lincol Drosdek para contribuir com orientações sobre o assunto. Confira!

Causas

Podemos classificar a ansiedade através de sintomas físicos, como tremores, sudorese, taquicardia, entre outros, porém ela é uma emoção que demonstra que há um problema psíquico que necessita ser investigado.

Suas causas são as mais diversas, pois cada pessoa tem a sua particularidade em lidar com as adversidades e dificuldades do cotidiano, porém é muito demonstrada em situações de enfrentamento de algo novo ou preocupações futuras.

Nesta situação em específico, em que vários jovens tiveram os mesmos sintomas ao mesmo tempo, é provável que estes estavam passando por dificuldades e estresses similares, com um desequilíbrio emocional, se identificaram com o sofrimento do colega e ocasionou que apresentaram os mesmos sintomas.

Quando as pessoas estão em grupo, há uma tendência maior de influência no comportamento, e quando a pessoa já está com um sofrimento psíquico, fica muito mais vulnerável a isto ocorrer.

Um dos fatores da causa dessa crise coletiva, não há dúvidas, é devido a pandemia. Os estudantes tiveram que se adaptar a novas práticas de estudos em casa, por um longo período eles eram os responsáveis pela organização da rotina e o com o retorno as atividades presenciais, a cobrança retorna. Por exemplo, os jovens que estavam no 1º ano do Ensino Médio no início da pandemia, atualmente estão no 3º, e este é um momento e cenário muito diferente, pois a vida de quem está entrando no Ensino Médio é bem diferente de quem está saindo, ainda mais por se tratar de um ano de vestibular, trabalho, etc.

Além disso, muitos não conseguiram absorver o conteúdo em casa, não tinham acesso a informação e agora revisar o conteúdo “perdido”, além de adquirir novos conteúdos, inevitavelmente ocasionará em um dano.

Vivemos em uma sociedade acelerada, as informações e estímulos chegam até nós de uma forma muito rápida, e consequentemente entramos nesse mesmo ritmo.

Superando

Queremos saciar nossos desejos no mesmo minuto em que surgem, reagimos por impulso, cobramos um retorno e não aguentamos aguardar por muito tempo, resultado: vivemos esperando os resultados que virão no futuro e esquecemos de saborear o presente.

Podemos e devemos planejar as coisas, porém precisamos aprender a dar limite aos nossos pensamentos, reeducar nossa mente. Se tenho que planejar algo, vou me limitar até onde posso fazer/resolver agora, não me perder no “e se…”

Aprendendo a dominar os pensamentos que estão preocupados com situações futuras que acabam surgindo em nossa mente, conseguimos voltar para o agora, a viver o presente. E é só estando no presente que realmente consigo captar e resolver os problemas quando estes surgem.

Quando você se pegar no flagra sofrendo com uma situação que ainda não aconteceu, se pergunte: “O que posso fazer por isso agora?”.

Se há algo, faça, mas tem muitas situações que não estão em nosso alcance e só o que podemos fazer é aguardar até que possa ser feito algo. É válido destacar que os pensamentos são como filhos que precisam aprender que nem sempre serão feitos os desejos deles, caso contrário, tornam-se mimados.

Quando educamos a nossa mente para atendermos todos os desejos dela, isto irá se tornar um grande problema em algum momento, pois ocasionalmente nos deparamos com problemas, limitações e conflitos.

Desenvolver Inteligência Emocional, em um mundo tão acelerado e globalizado como o que vivemos, é pré-requisito, para que tenhamos uma vida equilibrada. Aprender a lidar com os problemas diários com maestria é imprescindível para nossa saúde mental e física.



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