RIO NEGRINHO. As plantas de forma geral, por si só, chamam a atenção de adultos e crianças. Mesmo aqueles que não as cultivam, tem pelo menos simpatia por alguma flor, folhagem ou outra espécie.
E se as plantas “normais” já chamam a atenção, imagina uma planta carnívora! Apesar de ser pouco comum – ou justamente por isso – uma espécie que está sendo vendida no Germânia Supermercados vem despertando a curiosidade de muita gente.
Por isso, nossa reportagem ( pela mesma curiosidade de tantas outras pessoas hehehe ) procurou especialistas para explicar sobre a espécie.
Por indicação da bióloga Célia Valério, chegamos Emerson Gumboski, professor na Universidade da Região de Joinville, a Univille, mestre em Botânica pela UFPR e doutor em botânica pela UFRGS.
Ele explicou que a planta trata-se de uma espécie de Nepenthes graciliflora.
Como elas “comem”?
“Ela é originária da região da Indonésia. Esses ‘jarros’ se chamam ascídios. Os insetos caem no líquido que fica dentro deles e esse líquido digere os insetos pois as paredes internas dos ‘jarrinhos’ são muito lisas para os insetos subirem de volta à superfície”.
É preciso alimentar a planta?
Conforme Gumboski não é preciso nem deve-se ficar jogando nos “jarrinhos” insetos, carne ou qualquer coisa produzida pelo ser humano. Isso porque o pouquinho de insetos que vão ali já são o suficiente.
De acordo com o especialista, se esses jarrinhos forem enchidos, a planta acaba morrendo muito rápido.
“Na natureza ela vai se alimentando aos poucos, então não precisa ser alimentada de jeito nenhum. Um ou outro inseto que caia lá de vez em quando já é o suficiente. Vale ressaltar que embora a planta seja carnívora, a cor verde é porque ela ainda faz fotossíntese e pela fotossíntese já consegue se nutrir bem; os insetos que caem ali são um ‘bônus’ que esse grupo de plantas bem interessante pode ter”.
Deixar no sol ou na sombra?
Questionado sobre o grau de luminosidade a que a planta deve ser exposta, ele explicou que como essas espécies são muitas vezes produzidas em viveiros onde tem sombrite ou algum tipo de cobertura que as protege do pleno sol, o ideal é que sejam cultivadas a meia sombra.
“Ou ainda pegando o sol de manhã cedo até às 10h ou só depois das 16h. Principalmente não colocar no sol direto porque já estão acostumadas a ficar mais protegidas nos estabelecimentos. Então ela cresce bem em ambientes internos, que sejam iluminados e em ambientes externos, sem excesso de sol”.
Que tipo de substrato usar?
Gumboski disse que o substrato em que a planta é cultivada já no vaso é diferente do tradicional.
“Esse tipo de planta em geral não aceita bem terra ou terra adubada. Geralmente vem num substrato muito parecido com o de orquídeas. O ideal é não substituí-lo e mantê-lo sempre bem úmido, porém não encharcado, para que não apodreça a raiz da planta e ela morra”.
Detalhes nos cuidados
O especialista ainda chamou atenção para o fato de que o cultivo exige alguns outros cuidados.
“Ela não é muito fã de áreas com muito vento, é importante atentar à isso”.
Dá para tocar na planta?
A resposta do especialista foi “sim”, mas com uma ressalva.
“Ela não morde rsrs. Só não é adequado tocar nesses ‘jarrinhos’ , pois o líquido que é produzido ali pode causar algum tipo de reação em quem tem alergias”.