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"Eu não sabia ler e me registrei sozinha no cartório. Recentemente descobri que ao invés de 60 anos, tenho 54",conta Maria Zenaide

Maria Zenaide Buchmann voltou a estudar depois de muitos anos. Ela é uma das alunas da Emeja de Rio Negrinho
RIO NEGRINHO. Maria Zenaide Buchmann é aluna da turma de Nivelamento da Emeja (Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos) de Rio Negrinho. Com uma história de vida sofrida, em um bate papo com a reportagem do Nossas Notícias, ela celebrou a vida que tem hoje e a importância do retorno aos estudos em seu processo de mudança.
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“Para começar, eu achava que tinha 60 anos. Mas depois de muitos anos descobri que na verdade tenho 54”, destacou. Como aconteceu a confusão A confusão se deu devido ao analfabetismo de Maria Zenaide e a algumas tragédias que marcaram sua infância e adolescência. “Minha mãe morreu quando eu era pequena. Fiquei sozinha no mundo com meu irmão mais novo. O meu pai era vivo mas eu não tinha nem ideia de onde estava”. Sem saber ler, sem parentes ou outras pessoas que a ajudassem e com uma criança pequena para cuidar, Maria Zenaide começou a namorar. Ela e o agora ex-marido decidiram se casar, porém, para oficializar a união, ela precisava ter o registro de nascimento. E não tinha.
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“Eu mesma me registrei no cartório do Rio da Areia. Eu não sabia que idade eu tinha. Então falei a idade que eu achava ter. ‘Chutei’ uma idade”, contou. E a data de nascimento certa descobriu há alguns anos, pesquisando com parentes e vizinhos que teve na infância e adolescência. O efeito das aulas na vida e nos planos de Maria Zenaide Com as aulas do nivelamento e a atenção dos professores e profissionais altamente capacitados da Emeja, Maria Zenaide disse que vem alcançando o sonho que a fez retomar os estudos.
Na foto, Maria Zenaide com os colegas, a professora Stella Maris (de jaleco branco) e a diretora Marília dos Santos, de pé, de blusa azul marinho)
“Eu vim para ficar mais independente e tenho me sentido cada vez mais assim. Hoje posso ler placas, nomes de rua, as informações nos ônibus…antes eu não sabia que ônibus eu pegava para ir para determinado bairro,hoje eu sei todos os bairros”, relatou. Ela também comemorou outros grandes avanços como saber em que banheiro entrar quando está em um lugar que te  banheiros masculinos e femininos separados.
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Além disso, hoje, quando recebe uma carta em casa, sabe identificar a quem se destina. Lendo antigas cartas Falando em cartas, durante todos os anos em que não conseguia ler com clareza ela precisou pedir para que os familiares lessem as cartas, cartões e bilhetes que recebia. Mas não jogou fora nenhum destes papéis. “Guardei tudo na minha casa do bairro Barro Preto e hoje, de vez em quando, vou lá e fico lendo tudo sozinha, com muito orgulho”. Durante os anos que trabalhou duramente, a leitura e a escrita também fizeram falta, já que eram os patrões ou encarregados que precisavam explicar os detalhes da folha de pagamento à ela. “Eu mal e mal assinava meu nome”. Mas tudo isso não impediu que Maria Zenaide prosperasse. Hoje ela tem casa própria, o irmão que criou como filho é independente assim como todos os seus filhos legítimos. Os planos para a vida, daqui em diante Por isso, após tantos desafios superados em 50 anos de vida, ela definiu bem seus objetivos de vida daqui em diante. “Vou completar o Ensino Fundamental, fazer a carteira de motorista e ser cada vez mais independente. Já sofri demais! Agora chega! Eu quero viver cada vez melhor. Hoje pago diarista para limpar a casa, uma pessoa para cortar o mato de um terreno que tenho, durmo a tarde depois do almoço…Sem culpa nenhuma! Sei que chegou a minha vez de aproveitar a vida e decidi aproveitá-la cada vez mais”. ATENÇÃO!  Estão abertas as inscrições para as aulas de ALFABETIZAÇÃO, NIVELAMENTO e CONCLUSÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA EMEJA! Aproveite e recomece seus estudos GRATUITAMENTE também! Mais informações podem ser obtidas pelo fone (47) 36443919 ou pelo e-mail emejaescola@gmail.com
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