BRASIL. Neste 20 de Novembro é comemorado no Brasil o dia da Consciência Negra, que simboliza o orgulho da negritude, a valorização da cultura afrodescendente e a luta histórica contra o racismo. O termo, amplamente reconhecido a partir da década de 1970 no Brasil, está intrinsecamente ligado ao Movimento Negro Unificado e a iniciativas que visam combater desigualdades e promover a igualdade racial.
Neste ano, o Brasil comemora pela primeira vez o Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra como feriado nacional. A data, que já era celebrada em todo o país, foi oficialmente reconhecida como feriado em dezembro de 2023. O Dia Nacional da Consciência Negra, homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência e luta contra a escravidão.
A Consciência Negra homenageia as raízes africanas e resgata a história de um povo trazido à força e escravizado por séculos. Ela reforça que a negritude não é inferior e que a população preta tem um papel fundamental na sociedade. É uma prática que vai além de conceitos, sendo um movimento de empoderamento que provoca reflexões tanto na população preta quanto na branca sobre práticas discriminatórias enraizadas.
A data remonta à morte de Zumbi em 1695, líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores refúgios de resistência negra na era colonial. Proposto na década de 1970 por Oliveira Silveira, o dia busca unir a comunidade negra e destacar sua relevância cultural, histórica e política no país. Desde a abolição da escravatura em 1888, a população negra no Brasil enfrenta desafios relacionados à exclusão social e econômica. Apesar de conquistas como a Constituição de 1988, que vetou a discriminação racial, e a Lei n.º 7.716/89, que criminaliza o preconceito racial, a desigualdade persiste.
A consciência negra também conecta-se ao conceito de negritude, cunhado pelo poeta martinicano Aimé Césaire, que celebra a essência cultural dos afrodescendentes e sua resistência à exploração colonial.
A promoção da Consciência Negra nas escolas, na mídia e nos espaços públicos é essencial para desconstruir estigmas históricos e valorizar a representatividade negra. Por meio de exemplos de líderes, artistas e profissionais negros, a sociedade pode ser inspirada a repensar padrões e a construir um futuro mais igualitário. Como enfatizam os movimentos sociais, a Consciência Negra não é apenas uma celebração, mas um chamado à ação por uma sociedade justa, inclusiva e livre de discriminação.