A luta é de anos. Mais de oito. E o direito, mais do que uma conquista. É um merecimento. E muito comemorado pelas cerca de 50 servidoras públicas municipais de Rio Negrinho que até semana passada trabalhavam como merendeiras. Isso porque na última segunda-feira (14), foi votado na Câmara de Vereadores o projeto de lei que troca a nomenclatura das atividades que desempenham nas creches e escolas do município. “Estas servidoras trabalham dia a dia com panelas quentes, no fogão… Não fazem só um ”lanchinho’. Elas fazem refeições” A lei em questão transformou-as em cozinheiras. E o significado disso vai bem além do que pode se imaginar. “Foi uma grande conquista. Estas servidoras trabalham dia a dia com panelas quentes, com fogão e outros equipamentos. Elas não fazem só lanches, elas preparam refeições. E agora, com esta lei, poderemos reivindicar o pagamento da insalubridade para todas”, enfatizou Adriana Ribas, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rio Negrinho. Ela destacou que na negociação salarial deste ano, o pedido pela troca de nomenclatura foi apresentado mais uma vez. “Ficou acertado que este ajuste seria feito e foi mesmo. Estas servidoras realmente trabalham expostas ao perigo”, reforçou a presidente. Acrescimo salarial entre 7% e 28% Adriana destacou que conforme o Estatuto dos Servidores Públicos, as agora cozinheiras devem receber um acréscimo salarial entre 7% a 28%. “Vamos tentar fazer com que já recebam no próximo pagamento. Sei que tem as burocracias por isso não posso garantir. Mas vamos brigar por isso”. Ela finalizou lembrando que nenhum cargo novo está sendo criado na Prefeitura e pediu para que os demais servidores estejam sempre junto com o sindicato. “Estamos correndo atrás de outros benefícios para outras categorias. Juntos tenho certeza que conseguiremos tudo o que é almejado”. “É uma satisfação muito grande ter meu trabalho reconhecido” Silvia Eliane Voigt dos Santos trabalha no CMEI Mundo Encantado, no Bela Vista. Junto com a colega Solange Ribeiro trabalha pela manhã e pela tarde preparando 4 refeições por dia para atender 200 crianças. Ela declarou que está muito feliz com a nova lei. “Entendo que esta é uma valorização do servidor público. Todos os servidores merecem ser valorizados e sinto uma satisfação muito grande em ser reconhecida. Era uma luta de muito tempo”. A agora cozinheira contou sobre a grande responsabilidade que a rotina de trabalho. “É uma responsabilidade e tanto. São muitas crianças, com diferentes tipos de intolerância alimentar. Temos que preparar refeições diferenciadas para elas. Temos que ter muito cuidado. E isso temos pois fazemos o melhor, com muito zelo”. Sílvia é servidora pública há 10 anos. Há três como merendeira e agora pode declarar que é, sim, oficialmente, uma cozinheira. ]]>