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Encontro na família Stoeberl: tios encontram sobrinha que não sabiam que havia nascido há 47 anos no Paraná

RIO NEGRINHO. Poderia ser mais um desses encontros comuns entre tios, sobrinha e primos. Mas foi bem mais que isso. Foi uma mistura de surpresa, alegria e fortes emoções. Afinal, depois de 47 anos, Begair Soares Pinheiro, moradora de Campo Grande (MS) encontrou em Rio Negrinho pela primeira vez a família de sua mãe, Maria Luiza Stoeberl Pinheiro. E essa é uma daquelas histórias literalmente “de filme”. Maria Luiza era filha de Maria Emília de Paula e Martim Stoeberl, tio de Evaristo Stoeberl, figura histórica e ilustre de Rio Negrinho.

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  Maria Emília e Martin moravam em Rio Negrinho mas há cerca de 50 anos decidiram tentar a vida em Cascavel (PR) e levaram consigo os filhos. Depois de algum tempo na cidade, decidiram retornar para Rio Negrinho. Maria Luiza, porém, já havia se casado com Euclides Soares Pinheiro e por isso permaneceu em Cascavel, onde seu marido à época trabalhava em um frigorífico. Naqueles tempos onde a comunicação não era nem um pouco acessível, ela e a família foram perdendo o contato e foi com surpresa que segundo sua irmã Zefa, anos depois, sua recebeu um telegrama de Euclides comunicando que Maria Luísa havia morrido na cidade de Toledo (PR), onde a família estava morando. O QUE NINGUÉM IMAGINAVA
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A questão que ninguém sabia até o momento e que só foi descoberta no início desse ano é que Maria Luísa havia tido um bebê um dia antes de morrer. E essa menina era Begair, hoje com 47 anos de idade. NÓS ACOMPANHAMOS ESSA HISTÓRIA E a história desse encontro foi acompanhada em parte pela reportagem do Nossas Notícias.
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No início desse ano fomos comunicados que Begair estava procurando possíveis familiares na cidade e que estes tinham o sobrenome Stoeberl. Entramos então em contato primeiramente com dona Madalena Stoeberl Kmiecik, irmã de Evaristo Stoeberl e repassamos as poucas informações que tínhamos até aquele momento. Ela então nos indicou uma de suas sobrinhas, Cristiane Stoeberl, que estuda a genealogia da família. E foi ela e sua mãe Iara que verificaram os documentos da família e encontraram os irmãos de Maria Luiza, tios diretos de Begair, que são: Zefa (casada com Luís), Teresa, José (casado com Sirlene) e Matilde. A partir daí, os contatos de cada um foram sendo compartilhados e via WhatsApp,a família então se encontrou.
Cristiane (à esquerda)  e sua mãe Iara (de casaco azul marinho) identificaram quem eram os tios de Abegair aqui em Rio Negrinho
NESTA SEXTA-FEIRA (02)
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E foi nesta sexta-feira (02), depois de viajar 23 horas de viagem de ônibus juntamente com o marido Paulo Sérgio, que Begair, seus tios e primos se encontraram pessoalmente em Rio Negrinho. E os depoimentos foram pura emoção. “Eu vivia ‘roubando’ a mãe dos outros. Agora tenho três mães, que são minhas tias. Eu tinha uma depressão muito grande porque não entendia como minha mãe tinha morrido e não havia nenhuma referência dos familiares dele. Pensava que era impossível que todos tivessem morrido junto com ela”, desabafou. UMA VIDA DE MUITAS TURBULÊNCIAS
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A vida de Begair foi marcada por turbulências. Logo depois que sua mãe morreu, seu pai a doou para um irmão e a esposa, que a criaram até certa idade. “Mas era difícil a vida com eles. Era eu que criança ainda trabalhava informalmente para sustentar a casa porque eles não queriam trabalhar. Depois de um tempo eles me deram para outra família que me passou para outra família e assim foi indo até que mesmo criança, acabei indo morar na rua”. VIVENDO NA PELE A CRUELDADE DAS RUAS 
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E a crueldade das ruas, segundo conta, não a perdoou. “Eu pedia pão para comer. Apanhei várias vezes, fui estuprada quando era pequena…São marcas muito profundas que até hoje me doem bastante”, lamentou. E os desafios de Begair não pararam por aí. Durante muitos anos ela trabalhou como caminhoneira e teve quatro filhos, dois meninos e uma menina. Uma delas, ela disse foi lhe roubada da maternidade assim que nasceu e Begair só conseguiu a encontrar treze anos depois. Hoje tem uma relação bastante estável e se visitam com alguma frequência. “ACREDITO QUE MINHA VIDA PODERIA TER SIDO DIFERENTE SE…”
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Begair falou que imagina que sua vida pudesse ter sido diferente se seu pai tivesse comunicado sua existência aos familiares de sua mãe. “Naquela época a pessoa pagava o telegrama por palavra. Eu acredito que meu pai não tinha dinheiro para escrever que minha mãe tinha tido uma filha, então só escreveu que ela havia morrido”.
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Bastante emocionados, os tios de Begair confirmaram a cogitação. Zefa, a mais velha, disse que lembra da irmã, Maria Luisa. Já os outros irmãos que eram bem menores declararam ter apenas uma vaga lembrança da irmã. “Mas com certeza nosso pai, Martin, não ia permitir que uma neta crescesse assim, largada pelo mundo”.  Os demais irmãos contaram que sequer imaginavam que tinham essa sobrinha. “Ninguém sabia dela mas para nós foi muito bom encontrá-la. Está sendo uma grande emoção”. COMO CHEGOU ATÉ AQUI 
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Para chegar até Rio Negrinho Begair disse que fez várias pesquisas na internet. “Pesquisei o sobrenome Stoeberl no Google e em Rio Negrinho aparecia bastante gente com este sobrenome. Foi então que entrei em contato com a Secretaria de Assistência Social e a partir daí fui recebendo referências de como chegar até eles”. Ela acredita que o encontro foi um divisor de águas em sua vida. “Hoje faço tratamento terapêutico em função das sequelas que ficaram. Eu tenho uma marca e tento esquecer o que passou, agora que encontrei a família da minha mãe acho que vou evoluir muito na terapia”. PLANOS E Begair, junto com seu esposo vai além. “Demos entrada na aposentadoria e se der certo queremos vir morar para Rio Negrinho. Meu esposo gostou tanto daqui que já foi até tocar gado com meu tio Luís! Se tudo der certo vou passar os próximos anos de minha vida aqui”.  A tia de Begair, Matilde, também procura parentes. Durante um tempo, Martin e sua família moraram em São Roque II (PR).  “Gostaria muito de encontrar meus padrinhos, Evelise Cardoso e José Felisberto Cardoso, que moravam lá quando eu era criança ainda”. Quem tiver alguma informação pode entrar em contato pelo fone (47) 9. 92044809.  ]]>

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