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Rio-negrinhense é destaque em concurso sobre mulheres inspiradoras no agronegócio

RIO NEGRINHO. Gabriele Demétrio, de 19 anos, moradora da localidade Corredeiras, no interior da cidade, foi uma das finalistas da votação do concurso do “Mulheres que Inspiram”, enquete voltada à mulheres consideradas agro inspiradoras. O concurso aconteceu no Facebook e Instagram, através das redes oficiais do projeto, que reúne participantes de todo país.

À reportagem do Nossas Notícias a rio-negrinhense falou mais sobre a seleção, sua rotina e desafios no campo.

“Desde o ano passado participo do projeto, sou uma das agro inspiradoras, que é como elas chamam. E foi isso que levou à minha indicação. A administradora fez o sorteio de Natal e pediu para nós mandarmos uma foto para ela poder postar e então o pessoal poder votar”, explica.

Rotina no campo

“No agro eu faço muitas coisas. Trabalho com meus pais e irmãos na propriedade da família e nossa principal atividade é a plantação de fumo (tabaco). Também trabalhamos com vacas de leite, que seria uma atividade de segunda subsistência”.

A jovem conta que realmente “pega pesado” no trabalho, se dedicando a lavoura de fumo – desde os canteiros até a colheita e venda – e também nos cuidados com as vacas.

“Ajudo bastante, assim como nas outras atividades para consumo na propriedade. Dirijo trator e gosto muito de trabalhar no agro”, conta ainda Gabriele, que recentemente se formou Técnica em Agronegócio em um curso oferecido pelo Senar de Campo Alegre.

“Minha rotina é todo dia levantar, tirar leite, ir para a lavoura e dar conta dos meus afazeres. Tenho planos de permanecer no agro porque eu amo demais e acho que é muito importante a presença do jovem no campo, da sucessão familiar, evitando-se assim o êxodo rural”, comenta.

Sobre os desafios no campo, Gabriele acredita que atualmente há muita desvalorização do agricultor, com os preços de venda da produção muitas vezes baixos, o que faz com que muitos jovens acabem desistindo da agricultura e indo para a cidade em busca de trabalho.

“Também acho que o desafio maior, principalmente para as mulheres no agro, é a questão do preconceito por elas fazerem serviços que outrora só homens faziam e também porque tem ainda uma velha história de que a mulher tem que ir embora para a cidade e não pode ficar onde ela quer estar, nesse caso no campo”, diz.

Ainda sobre a votação, Gabriele recebeu muitos votos de agro inspiradoras de cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Não ganhei porque a administradora disse depois, que só valiam os votos de quem fosse seguidor do projeto nas redes”, explica.

Porém, o resultado maior da seleção foi a atenção que a causa atraiu, através da votação obtida por todas as candidatas.

Nós, aqui do Nossas Notícias, por exemplo, não conhecíamos o projeto e nem a Gabriele. E foi lendo as postagens, que não só passamos a seguir o “Mulheres Inspiradoras” como também contatamos a rio-negrinhense para fazer a entrevista desta postagem, por considerar a causa do projeto justa e merecedora de atenção. E as definições da “Gabi” só reforçam nossa opinião.

“Uma agro inspiradora é uma mulher que trabalha no agro e que inspira outras mulheres a trabalhar no agro também. Através das postagens que cada uma faz nas redes sociais, retratando o seu dia a dia e também que outras páginas do agro repostam, inspiramos umas as outras. São ideias para melhorar a perspectiva dos jovens no agro”, cita.

“Infelizmente a gente sempre vê pessoas que pensam que as mulheres não tem capacidade e que o futuro delas é não permanecer no agro. Acredito que os jovens no agro devem ser incentivados cada vez mais a estar presentes no campo, tanto por páginas, jornais, e também por suas próprias famílias. Acredito que o incentivo para a motivação e a valorização são tudo para nós, a juventude”, encerra.

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