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“Nova espécie de planta coletada em Rio Negrinho até então não foi encontrada em nenhum lugar do mundo”, destaca biólogo; descoberta está oficializada em publicação científica internacional

RIO NEGRINHO. Pesquisador botânico voluntário da FURB, o biólogo e também servidor do Serviço Autônomo Municipal de Saneamento Básico (Samae) de São Bento do Sul, Paulo Schwirkowski, descobriu uma espécie rara de arbusto em Rio Negrinho, próximo ao Hotel Beguizza, na divisa com São Bento do Sul. A planta foi coletada por ele e pelo especialista Martin Grings.

Realizando pesquisas de plantas nativas de São Bento do Sul e municípios vizinhos desde 2009, ele já coletou amostras de quase mil plantas, que são enviadas para especialistas de universidades pesquisarem.

À reportagem aqui do Nossas Notícias ele explicou que dentre as plantas coletadas já surgiram três espécies novas, ou seja, que até então a ciência desconhecia.

“A descoberta de uma espécie nova funciona assim: o pesquisador coleta as plantas na natureza. Em seguida, prepara as amostras através de secagem, prensagem e catalogação dos dados da coleta, como local, coordenada geográfica, tipo de solo, estado de conservação do local, cor das flores ou frutos”, explicou.

Em seguida, estas amostras são enviadas aos herbários das universidades, onde serão pesquisadas e comparadas com as espécies já catalogadas. Caso seja uma planta diferente de todas as outras, ela entra para o processo de descrição como espécie nova.

Segundo Paulo, este é um longo caminho, pois a planta precisa ser comparada com todas as outras conhecidas daquela família e daquele gênero, para se ter certeza de que é mesmo diferente.

“Em seguida ela é descrita detalhadamente em uma nomenclatura específica da ciência botânica”, detalhou.

O biólogo destacou ainda que após essa etapa são feitos desenhos detalhados da planta, destacando as características que a tornam única.

“Estes arquivos de descrição textual e visual são submetidos a especialistas mundiais, que podem confirmar ou não se é mesmo uma espécie nova. Em seguida é feita a publicação de um artigo científico em uma revista de renome internacional”, disse.

A publicação é como que uma ‘certidão de nascimento’ da nova espécie e a partir daí ela passa a existir cientificamente, podendo ser objeto de outros estudos, como de princípios ativos medicinais, estudos de DNA, de potencial alimentício e utilidade ecológica”, exemplificou.

No caso da planta encontrada, chama-se ‘Collaea caerulea’ e é um arbusto com até 2 metros de altura, e com flores azuis, pertencente a família Fabaceae, que é a mesma família do feijão e da soja, por exemplo.

“Foi encontrada em 2018. É uma espécie rara, pois até o momento não houve algum registro seu em nenhum outro lugar do mundo”, frisou.

Um artigo sobre a descoberta já está disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12228-023-09772-w, site de serviço à comunidade científica, que publica as descobertas mais impactantes da área.

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