Nossas Notícias

Homenageados no Aflorar, casal de Rio Negrinho cultiva cerca de mil orquídeas, além de várias outras plantas  

Foto: Katia de Oliveira/Nossas Notícias


RIO NEGRINHO. Neste domingo (03), aconteceu mais uma edição do Projeto Aflorar, no Museu Carlos Lampe, no centro. A iniciativa, realizada desde março de 2017, é uma parceria entre a paisagista Ciliane Augustin, da Ornato Jardins e a prefeitura, através da Fundação Municipal de Cultura. 

O objetivo é renovar o jardim do Museu e do Casarão Zipperer, resgatando um costume antigo, que é a troca de mudas, que acontecia quando as pessoas se visitavam. Assim, a cada estação, algumas pessoas que cultivam jardins em suas casas, são convidadas a visitar o local, onde recebem uma homenagem e doam algumas de suas plantas. 

Nesta que foi a edição Verão do Aflorar (e que a reportagem aqui do Nossas Notícias também acompanhou), receberam homenagem: Andréa Pscheidt Telma, Cecília Denk Martins e o casal Sirlei e Vanderlei Morlo. 

Nossa reportagem conversou com cada um dos homenageados e Sirlei e Vanderlei, que tem cerca de mil orquídeas, deram algumas dicas sobre o cuidado da espécie, que reúne muitos fãs. 

“Para cuidar de uma orquídea você tem que fazer o tempo, não pode deixar a planta abandonada”, destacou Sirlei, contando que leva cerca de uma hora para regar todos os seus exemplares somente desta espécie.  

Vanderlei deu um conselho que se aplica às plantas mas também à diferentes circunstâncias da vida. 

“Às vezes é errando que se aprende. No erro você tem que ir atrás das pessoas certas para corrigir, tem algumas orquídeas que o cultivo é fácil, mas outras já não”. 

O casal também enfatizou ser muito importante usar substrato bem drenante, casca de pinus e carvão, além dos fungicidas e inseticidas corretos bem como molhar a planta somente quando estiver seca. 

“Não pode deixar encharcada”. 

Sobre a beleza das orquídeas, que chamam a atenção de tanta gente, eles lembraram que tem algumas flores que duram três meses, outras 15 dias e outras apenas uma noite, como é o caso da Dama da Noite, que é um cacto orquídea. 

“Mas vale muito a pena! As plantas são vida, em todas as suas fases”, finalizaram, frisando que ficaram muito gratos com a homenagem recebida. 

Conduziram a cerimônia: Ciliane; Viviane Tomelin Santin, presidente da Fundação de Cultura; Kelly Sônia Ramos, diretora da Escola de Música Professor Valdeci Maia e o historiador Daniel Henrique Gonçalves, diretor do Museu.

“Com suas mudas, cada um dos homenageados deixa um ‘pedacinho’ de si aqui no jardim, compartilhando seu conhecimento e dedicação com toda comunidade”, destacou Viviane. 

Conheça mais um pouco da história do casal, retratada em texto de Ciliane Augustin

“Vanderlei Morlo nasceu em Blumenau, em 29 de outubro de 1971. Ainda pequeno, quando tinha 7 anos, veio morar em Rio Negrinho pois seu pai, Vitório, que trabalhava como transportador de gasolina, aceitou uma proposta de emprego do Posto Nehring. Sirlei Neppl nasceu em 15 de junho de 1972, em Rio Negrinho. 

Eram bem jovens quando casaram-se na Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua, em 25 de maio de 1990. Em comum, além das duas filhas – Geice e Jaine – eles tem o amor pelas orquídeas e muitas outras plantas.

Sirlei desde criança gosta muito de flores, o que aprendeu com a mãe, observando e ajudando a cuidar dos vasos e do jardim. 

Mas foi em 2012 que o casal acabou mergulhando junto na paixão pelas orquídeas. Vanderlei, que é marceneiro, aceitou um trabalho em Corupá, na Companhia dos Móveis. No início ficava lá durante a semana e no fim de semana voltava pra Rio Negrinho. 

Desde o começo sempre lhe chamou a atenção em como as pessoas de Corupá cuidavam dos seus jardins e a beleza e exuberância das plantas. 

Os dois acabaram conhecendo o seu Guinter, um profundo conhecedor de orquídeas e produtor de plantas. Em 2014 o casal foi morar em Corupá, por um curto período de 6 meses, mas desde então se tornaram colecionadores de orquídeas. Começaram com as Dendrobius, conhecidas por Olhos de Boneca. Depois passaram a visitar feiras e garimpar espécies diferentes. Hoje, além de muitas orquídeas, adquiriram muito conhecimento. Participaram de feiras em Timbó, Jaraguá do Sul, Pomerode e São Bento do Sul.

Ainda em 2014 Sirlei voltou a morar em Rio Negrinho e em 2017 foi a vez do Vanderlei. Na casa que hoje moram, no Campo Lençol, construíram um orquidário que tem mais de mil orquídeas. Só da espécie Maxilaria picta (uma orquídea pintadinha e com cheiro de mel), que é a preferida de Vanderlei, tem mais de 30 cultivares.

As orquídeas Sofonites são as preferidas da Sirlei. Na estufa, que é muito bem cuidada, tem muito mais que orquídeas: tem clívias, begônias, phitonias, avencas… Um verdadeiro paraíso de cores e perfumes!

Mas as surpresas não param por aí! Um pouco antes da pandemia, Sirlei descobriu o mundo incrível das suculentas e mais uma coleção começou a se espalhar pelo jardim. São muitas espécies, muito bem cuidadas. Ela sabe bem como fazer elas crescerem com saúde e tem o domínio da técnica de fazer mudas novas na hora certa. As suculentas são plantinhas muito interessantes e ali fica difícil escolher a mais bonita. 

A preferida da Sirlei é a Quenn Dinny, uma suculenta graúda, que forma caránculas, que são berrugas avermelhadas bem salientes. 

Passear pelo jardim do Vanderlei e da Sirlei é se encantar do começo ao fim. Tem carinho e cuidado pra todo lado: na estufa de orquídeas, nos enfeites e caminhos do jardim, nos vasos que se espalham por toda a varanda e em cada pedacinho do terreno bem aproveitado. 

Não dá nem vontade de ir embora! Com eles é possível aprender muita coisa sobre orquídeas e suculentas e principalmente sobre dedicação e companheirismo”. 

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