Nossas Notícias

Estudo da Escola Marta Tavares mostra importância das abelhas sem ferrão para favorecer a polinização e a preservação do meio ambiente em Rio Negrinho

Fotos: Katia de Oliveira/Nossas Notícias

RIO NEGRINHO. Os alunos Diego Nehring de Campo e Natasha Catarina Stoeberl de Oliveira, da Escola Professora Marta Tavares, orientados pelas professoras Carolin Fátima Duffek Mariano Pscheidt e Deocleia Bertotto, desenvolveram o projeto “Abelhas-sem-ferrão em Nosso Jardim: a importância da polinização das flores em nossa cidade”. O trabalho foi realizado em 2022 e 2023, com turmas do 7º e 8º ano.

Voltada à preservação ambiental, a iniciativa incentiva a criação de abelhas sem-ferrão, para favorecer a polinização e a preservação do meio ambiente.

De acordo com a professora Carolin, que conversou com o a reportagem aqui do Nossas Notícias, durante o processo de aprendizagem, os alunos puderam conhecer a dinâmica de vida das abelhas-sem-ferrão, conhecidas como nativas, indígenas ou meliponíneas.

“Desse conhecimento, extraíram informações qualificadas sobre as práticas de cultivo dessas abelhas e desenvolveram uma ferramenta de investigação e monitoramento sobre o nível de conhecimento populacional em relação ao assunto”, enfatizou.

O instrumento escolhido foi um Quiz Online, um site próprio financiado por grupos empresariais da cidade, incluindo o Rotary Clube Rio Negrinho, cujos voluntários, acompanhados do governador Eduardo Pfützenreuter, líder do Distrito 4652, visitaram a escola no dia 5, quando ouviram todos os detalhes da iniciativa.

Com o site, foi identificado que quase a metade dos entrevistados não sabia da existência de abelhas-sem-ferrão.

“De maneira geral, os entrevistados apresentaram baixo nível de conhecimento sobre as abelhas-sem-ferrão, não sendo capazes de identificar facilmente essas espécies no ambiente e muitas vezes confundindo-as com outros insetos”, pontuou.

A professora ainda enfatizou que, com base nesses indicadores, resume-se a importância do desenvolvimento de ações para a preservação ambiental, como a criação de abelhas-sem-ferrão em perímetros urbanos.

“Uma vez que, desse incentivo, podemos melhorar a dinâmica da polinização das plantas em áreas urbanas, aumentado gradualmente a qualidade de vida das pessoas”, citou.

Segundo o estudo, dentre as 7 espécies encontradas em Rio Negrinho, foi possível compreender que não são facilmente encontradas no meio urbano, mas já há alguns movimentos de incentivo da criação de algumas em residências, as quais ações veem ganhando espaço dentre alguns cidadãos interessados sobre o assunto.

“Além disso, foi reconhecido que há algumas espécies ameaçadas de extinção, como a abelha Guaraipo, cujas características diferenciam-se das outras espécies por construir suas colmeias próximo de solo, o que facilita a ação de predadores naturais e da destruição humana, sendo importante que essa espécie seja remanejada para que não seja totalmente extinta”, explicou.

A professora frisou que os objetivos bem direcionados do projeto foram mostrar para os alunos como uma pesquisa científica é desenvolvida.

“Montar as questões para o site foi o primeiro desafio. Só que em consequência, nós conseguimos identificar sete espécies de abelhas diferentes aqui na nossa região e a que encontramos em maior quantidade, foi a Paratrigona Subnuda, que é a Jatai da Terra”, contou.

Ainda de acordo com a professora, como na entrevista foi identificado que grande porcentagem das pessoas nem sabem que existem abelhas sem ferrão, os alunos, criaram o questionário.

“Eles mesmos fizeram as perguntas. Dividi os grupos em equipes menores e cada uma tinha que entregar uma questão apenas. E foi assim que foram montadas 17 questões”, detalhou.

As perguntas, conforme ela, fizeram com que cada um pensasse em tudo o que a turma já viu, nas visitas, pesquisas bibliográficas e aulas de campo.

“Mostrei para eles como é que se escrevia essa questão. Contei como que foi no meu mestrado, como que foi feita uma pesquisa científica, e que não podem se fazer perguntas básicas, mas sim que é preciso ter um fundamento, tem que ter um início mais robusto”, relatou.

“E eles conseguiram sozinhos, o que me deixou muito feliz. O principal desafio que a Ciência Cidadã nos colocou era desenvolver as questões do site e, em consequência, a gente descobriu outras coisas”, encerrou.

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