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Antes de morrer, mãe de crianças que sobreviveram por 40 dias na floresta amazônica pediu que deixassem o local do acidente e buscassem ajuda para sobreviver

Magdalena Mucutuy resistiu por quatro dias

A mãe das crianças sobreviventes da queda do Cessna 206 sobre a floresta amazônica, na Colômbia, Magdalena Mucutuy, teria mandado os filhos irem embora para procurar ajuda. Ela sobreviveu por quatro dias.

Todos os quatro jovens sobreviveram, mas os três adultos a bordo do avião, incluindo a mãe Magdalena Mucutuy e um piloto, morreram. O acidente ocorreu há 40 dias. As três meninas, de 13, nove e um ano – e um menino de cinco foram encontrados na sexta- feira (9) caminhando sozinhos na floresta amazônica.

Eles chegaram à capital Bogotá neste sábado (10), para tratamento médico. O cachorro Wilson, um pastor belga de 6 anos que participava das buscas pelos menores, continua desaparecido. O animal ajudou a localizar o avião e os corpos dos três adultos que morreram.

O Exército colombiano informou que pegadas do animal foram encontradas junto com marcas que poderiam ser das crianças. Mas, no momento do resgate, o cachorro não estava com elas.

Segundo o jornal colombiano “Cambio”, Wilson foi solto na quarta-feira da semana passada em uma área para tentar encontrar as crianças e, até o momento, não havia regressado, apesar do seu treinamento. 

Ainda de acordo com o “Cambio”, há três semanas o cachorro ficou desaparecido por horas, mas retornou aos militares. O animal estava com alto grau de desidratação e pequenas feridas.

Manuel Ranoque, pai dos dois filhos mais novos, disse que a mais velha lhe contou que a mãe permaneceu viva durante quatro dias depois de o avião cair, enquanto voava entre o aeroporto de Araracuara, em Caquetá, e San Jose del Guaviare. Ela acabou não resistindo aos ferimentos.

O viúvo detalhou que antes de a mulher morrer teria dito aos filhos para “irem embora”, que deixassem o local dos destroços para sobreviver.

As equipes de resgate localizaram as crianças depois de avistar sinais na selva, incluindo pegadas e frutas mordidas. Durante o caminho, as crianças, que pertencem ao grupo indígen Huitoto, comeram farinha e mandioca.

Os familiares e autoridades afirmaram que o conhecimento sobre os frutos da floresta foi fundamental para a sobrevivência dos meninos.

O socorrista Nicolas Ordonez Gomes lembrou o momento em que encontraram as crianças.

“A filha mais velha, Lesly, com o pequeno nos braços, correu na minha direção e disse: ‘Estou com fome’, disse ele ao canal público RTVC.

“Um dos dois meninos estava deitado. Levantou-se e disse: ‘a minha mãe está morta””.

Gomes alegou que os socorristas responderam com “palavras positivas, dizendo que eram amigos, que tinham “sido enviados pela família”. O menino respondeu:

“Quero um pouco de pão e salsicha”.

Após serem resgatadas na província de Caquetá, as crianças devem ficar internadas, pelo menos, por duas semanas.

Uma das crianças revelou que se escondeu em troncos de árvores para se proteger em área da selva cheia de cobras, animais e mosquitos, segundo o tio Fidencio Valencia.

Com informações da Agência Brasil, RTVC e G1

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