ESTADO. Os avós da criança de dois anos que estava desaparecida em Santa Catarina pediram à Justiça a guarda provisória do menino.
“Eles entendem que a criança convive com eles desde o nascimento, já os conhecem, e vai ter melhores condições de criação. Até mesmo para passar por esse momento difícil e viver ao lado dos avós. Esse é o nosso pedido principal. Caso a Justiça de São Paulo não atenda esse pedido primário, nós pedimos que seja deferido aos avós o direito de visita”, disse à CNN o advogado da família, Jorge Conforto.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) havia solicitado informações sobre a transferência da criança para a comarca de São José.
Em resposta, no entanto, a Justiça paulista informou que Nicolas Gaspar permanecerá acolhido em São Paulo e receberá acompanhamento da Vara da Infância e Juventude do Tatuapé, na zona leste da capital, até que sejam feitos os estudos psicossociais necessários junto aos familiares.
O tio do menino, Juliano Gaspar, informou que está ansioso e na expectativa da volta da criança para Santa Catarina.
Ele contou à CNN que a irmã, Nathalia Gaspar, mãe da criança, estava em contato com Marcelo Valverde, de 52 anos, desde 2020. Ainda segundo o tio, os acusados se aproveitaram de um momento de vulnerabilidade da irmã para convencê-la a entregar Nicolas provisoriamente enquanto ela se mudava de apartamento.
Além de Valverde, Roberta Porfírio, de 41, também foi presa. Os dois foram interceptados pela Polícia Militar de São Paulo na última segunda-feira (8), a quase 700 quilômetros de onde a criança foi vista pela última vez.
Eles estavam em um carro com o menino e disseram que iriam tentar legalizar a adoção. Aos policiais, a dupla contou que Marcelo intermediou o contato entre Nathalia e Roberta, que ficaria com o menino.
A Polícia Civil de Santa Catarina também investiga os cônjuges dos acusados de tráfico de pessoas.
O que dizem os suspeitos
De acordo com a defesa de Marcelo, que pede a revogação da prisão preventiva do acusado, ele atendeu ao pedido da Natália de entregar a criança, uma vez que a mãe alegava não ter condições financeiras e psicológicas de cuidar do menino.
Segundo os advogados, ele e a esposa, identificada como Juliana, tinham o desejo de ter um filho. E, por isso, o casal conversava há cerca de dois anos, desde que Nicolas nasceu, com Nathalia.
Marcelo contou aos defensores que, nesse período, a mãe do menino fazia pedidos, que haviam se tornando mais frequentes nas últimas semanas. Foi, inclusive, identificado pela polícia um comprovante de pagamento de R$ 100 para Nathalia se locomover por aplicativos.
Ainda segundo o relato, como Juliana está grávida de 5 meses, Marcelo indicou Roberta e Anderson Henrique Alves Santos, marido dela, para ficarem com a criança. Os casais teriam se conhecido em um curso de adoção.
Já a advogada de Roberta informou que deve pedir um habeas corpus para liberação da cliente. Fernanda Salvador disse que ainda está estudando a melhor tese para a defesa.
Via: CNN