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Rio Negrinho: especialista usa histórias em projeto voltado para autistas

RIO NEGRINHO. A professora Cristiane Pinto Bail, que é também pedagoga e especialista em Orientação, Supervisão, Coordenação Educacional e Enfoque em Psicopedagogia, desenvolveu um projeto para os educandos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou simplesmente autismo.

Segundo ela, a iniciativa, que envolve o ato de contar histórias, pode ser uma estratégia eficaz para apoiar a afetividade e desenvolvimento social e emocional dos alunos com autismo.

“Interações sociais e emoções podem ser desafiadoras, e a linguagem social pode ser uma área de dificuldade. No entanto, histórias podem ajudar a fornecer exemplos de situações sociais e emocionais que podem ser difíceis de compreender ou desafiadoras de enfrentar. As histórias podem ser usadas para ensinar habilidades sociais e emocionais específicas, como identificar e lidar com emoções, compreender os sentimentos dos outros e trabalhar em equipe”, diz.

Ela explica que as histórias podem ser usadas para trabalhar conceitos mais amplos, como a importância da amizade, o valor do trabalho em equipe e a importância de ser gentil e respeitoso com os outros e que podem ser apresentadas por meio de livros, vídeos, peças teatrais e atividades de contação de histórias.

“É importante que as histórias sejam apresentadas de uma forma que seja clara e envolvente para o aluno com autismo. Por exemplo, a linguagem e as imagens utilizadas devem ser apropriadas para o nível de desenvolvimento do aluno”, cita.

Ainda de acordo com ela, as histórias podem ser personalizadas para atender as necessidades individuais do aluno.

“Pode ser útil criar histórias que apresentem situações que o aluno pode enfrentar na escola ou em casa, e que forneçam estratégias para lidar com essas situações. Contar histórias pode ser uma ferramenta valiosa para ajuda a promover a afetividade, o desenvolvimento social e emocional e a compreensão das interações sociais para alunos com autismo. As histórias podem ser uma forma eficaz de ensinar habilidades sociais e emocionais”, sugere.

Segundo ela a Comunicação Alternativa Aumentada (CAA) é uma técnica, uma estratégia importante para apoiar a comunicação e a interação social de pessoas com autismo que têm dificuldades em usar a fala para se comunicar.

A CAA pode incluir a utilização de símbolos, imagens, gestos, sinais, comunicação por meio de dispositivos eletrônicos, entre outras formas de comunicação não verbal. Para a utilizar a comunicação alternativa aumentada com um aluno com autismo, é importante considerar as habilidades e necessidades desse educando.

“Identifique as necessidades, preferências e interesses do educando. É importante considerar as preferências e habilidades do aluno em relação a comunicação. Alguns educandos podem preferir usar símbolos, enquanto outras podem preferir gestos ou um dispositivo eletrônico. É importante observar e perguntar ao aluno sobre suas preferências. Escolha símbolos apropriados para o aluno e que possam ser facilmente compreendidos. Os símbolos podem ser imagens, fotografias, pictogramas, entre outros”, detalha a professora.

“É importante ensinar o aluno a usar o sistema de comunicação, isso pode envolver a modelagem de como usar o sistema, o uso de reforçadores positivos para incentivar a comunicação e a prática regular do uso do sistema. Devemos usar a CAA de forma consistente para que o aluno possa acostumar-se e entender como usá-la para se comunicar. Também é importante garantir que outras pessoas e familiares que interagem com os educandos também usem a CAA de forma consistente”, ressalta.

Sobre os objetivos do projeto, ela destaca que o principal é a Afetividade e a Comunicação Alternativa Aumentada, como recurso para a ampliação do repertório do educando como instrumentos de seu desenvolvimento, cognitivo, emocional e biopsicossocial, através do ato de contar, interpretar e construir histórias junto ao educando.

A ação ainda tem como objetivos específicos: estimular o contato visual, motivar a interação social e ambiental, desenvolver e externar emoções e sentimentos através do acolhimento, afeto, empatia e humanização, estimular a Comunicação através de gestos, escritas e demais atividades propostas e realizar atividades e fichas de trabalho como suporte a aprendizagem baseadas em símbolos.

“Além da afetividade, o centro das atividades será a técnica de CAA. Fragmentar as histórias por capítulos reforçando os estímulos e comandos e acrescentando a cada dia um novo estímulo / comando; Brincadeiras, como imitação e reprodução da história através de massinha, pintura, maquetes, música, dança, dobraduras entre outras atividades; Observar as respostas diante dos estímulos / comandos, bem como, externalizar emoções, sentimentos e comportamentos”, cita.

A proposta, ainda de acordo com ela, sugere a realização de um fichário com as observações do desenvolvimento dos alunos, acerca das atividades, bem como criar junto aos alunos um mascote.

“Escolher o estereótipo do mesmo, o nome, e sugerir aos alunos a construção de uma história para o mesmo. Sendo assim, será proposto aos alunos que criem a história do Mascote”, encerra.

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