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Filha fala sobre quase ter perdido os pais durante as chuvas em Rio Negrinho na última semana

RIO NEGRINHO. Marciel José Anton e Margarete Silva das Chagas Anton, fazem parte do grupo das várias famílias impactadas com as chuvas que ocorreram na cidade na última terça-feira (17).

Moradores do bairro Industrial Sul, em apenas uma noite, eles perderam tudo que adquiriram nos últimos 30 anos e buscam agora se reerguer, depois do episódio em que ainda quase perderam a vida.

Juliana é filha do casal e conversou com a reportagem do Nossas Notícias, contando os detalhes do que aconteceu.

“Eles moravam há 30 anos naquela casa. Às vezes, quando aconteciam chuvas muito grandes, entrava água até a altura do tornozelo e até na garagem, mas nunca dentro de casa, como dessa vez”, relata ela, que acredita agora a água invadiu totalmente a residência devido a tubulação instalada sob o estacionamento criado às margens da BR-280, no local onde antigamente funcionava o Clube Casa Grande.

De acordo com Juliana, o local foi aterrado e recebeu tubos que não dão vazão à água.

“Toda a água que passa pela casa, deveria ir por baixo do estacionamento onde era o antigo Casa Grande e cair no rio, mas agora não vai. Por isso começou a entrar mais água. Dessa vez até a altura da cintura, o que nunca tinha acontecido”, explicou.

“Quando eles começaram a aterrar o local do estacionamento, minha mãe foi até os órgãos públicos, mas as obras continuaram. E aconteceu que nessa última chuva, veio água das outras casas e caiu tudo na casa dos meus pais”, contou.

Juliana acredita que se houvesse um sistema de escoamento, a água seguiria seu fluxo, sem afetar as residências.

“Se tivesse uma tubulação adequada, não entraria água nessa proporção, não ia encher, mas a água não escoou. Nas outras casas caiu até muro”, desabafou.

Ela destacou que os pais perderam tudo.

“Até o chão da casa ficou mais baixo, eles não tem nem como voltar e também não querem voltar. Perderam um cachorro e um pássaro, afogados. Naquele momento ligaram nos bombeiros porque a cachorra estava agonizando mas ela acabou morrendo porque a água estava no teto e não conseguia mais nadar”, disse.

Juliana, que mora fora, contou que veio para Rio Negrinho por conta da situação. Ela falou que após as chuvas seus pais receberam, da prefeitura, uma cesta básica e material de limpeza.

“Mas do que eles tinham não sobrou nada. Ficaram sem sapatos, sem roupas, foi muita coisa que a chuva levou. Tentamos lavar a geladeira, a televisão, o fogão e a máquina de lavar que estavam debaixo da água, mas não sei o que vai ainda funcionar. Além disso, o meu pai sofreu um acidente há uns 15 anos e já dependia de muleta para andar. Por uma negligência médica, precisou amputar o pé. Agora faz duas semanas que também amputou o outro dedo do pé”.

A filha relatou ainda que seus pais perderam inclusive as compras que haviam feito no mercado no sábado anterior.

“Eram as compras do mês todo. Fora isso perderam remédios, camas, guarda-roupa, ítens da cozinha, sala … não tem mais nada”.

Por isso a família optou por fazer uma vaquinha, para adquirir o necessário e também porque o casal quer sair da casa onde morava e alugar outro local.

“Até lá vai um tempo e eles precisam de um outro cantinho para recomeçar. Foram 30 anos ali, é muito triste, é uma história ”, encerra.

Para ajudar

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