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“Agora só pensamos na saúde do meu pai, que continua na UTI do Hospital de Mafra”, conta um dos filhos do homem atacado por um pitbull em Rio Negrinho 

RIO NEGRINHO. Após ser atacado por um pitbull em uma residência no bairro Campo Lençol, na tarde do dia 11( leia aqui as primeiras informações do atendimento dos bombeiros e aqui a versão da dona do cachorro) , seu Arnaldo Lorena Gomes, mais conhecido como “Canivete”, continuará um longo processo de recuperação, conforme contaram seu filho Luiz Roberto e sua nora Jaisla à reportagem do Nossas Notícias na noite desta quarta-feira (20). 

Na mesma data da ocorrência, seu Canivete foi transferido da Fundação Hospitalar de Rio Negrinho para a UTI do Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra. 

Lá, ele acabou tendo o braço direito amputado e ainda na UTI, recebe tratamentos para várias lesões.

“Meu pai chegou a correr risco de vida. Por causa das mordidas, ficaram muitas bactérias no braço. Na terça-feira (12) de tarde, o braço dele já estava em necrose. O médico me ligou por volta das 17h, pedindo autorização, porque eles tinham meia hora para amputar o braço dele. Disseram que era isso ou havia o risco de as bactérias se espalharem pelo corpo, ainda com mais um risco de infarto. Foi uma decisão bem difícil, falei que tinha que decidir com meu irmão e com minha madrasta também. Entrei em choque mas foi autorizado, porque é preferível ele sem um braço do que sem vida”.

De acordo com eles, o médico explicou à família que num primeiro momento amputou o braço de Canivete a três dedos abaixo do ombro, pensando já em facilitar uma possível colocação de prótese. 

“Mas dois dias depois precisou amputar o resto do braço até à altura do ombro, devido às bactérias que haviam. Agora é só torcer para ele sair de lá e quem sabe, se der, mais para a frente, colocar uma prótese”. 

Além da amputação, seu Canivete teve várias lesões no rosto e ainda tem uma lesão grande no braço esquerdo, que está bastante infeccionado.

“Hoje (20), a médica e a psicóloga conversaram com minha prima e já aproveitaram para contar para ele sobre a amputação. Até então ele não sabia, foi um choque para a gente e acreditamos que para ele também, pois para evitar que sofresse ainda mais com as dores, foi colocado em coma induzido até esta terça-feira (19). Talvez nem tenha assimilado bem porque ainda está sob algum efeito da medicação”.

Roberto e Jaisla relataram que ainda será preciso verificar se Canivete irá conseguir movimentar o braço esquerdo.

“Está começando a melhorar, mas esse braço pode ter algum problema ainda. Talvez ele não consiga mexer o tendão ou algo assim, mas só o tempo vai mostrar”.

Conforme eles, Canivete, aos poucos, está ficando mais consciente.

“Acreditamos que ele deve lembrar do que aconteceu porque a gente fez algumas perguntas e ele respondia sim e não com a cabeça. Perguntei se sabia o que aconteceu, ele respondeu que sim. Eu disse que Deus estava com ele e ele também acenou que sim com a cabeça”. 

De acordo com o casal, a transferência de Canivete para o hospital de Mafra veio a calhar, pois seus irmãos e demais parentes residem na mesma cidade.

“Chegou a ser cogitada a transferência dele para o hospital de Blumenau, mas deu certo em Mafra. Ele está tendo apoio de toda família e vamos continuar juntos. Acreditamos que a partir da semana que vem ou na outra ele sairá da UTI, indo para o quarto. Daí vamos poder conversar e ter mais informações sobre como tudo aconteceu”.

Roberto e Jaisla falaram que até o momento, eles conhecem a versão de uma testemunha. Segundo este homem, Canivete foi em sua casa no dia da ocorrência e teria  se oferecido para receber uma encomenda destinada à seus vizinhos mas ao invés de lhe entregar o pacote, voluntariamente entrou na residência dos destinatários, que não estavam em casa e foi atacado pelo cão. 

“Essa testemunha enviou um áudio mas queremos ouvir nosso pai também. Nos contaram que ele foi consciente para o hospital, que foi conversando, passou os dados dele para os bombeiros e para a polícia, pediu para avisarem o meu irmão e a minha madrasta… Eu não tive conversa com os donos do cachorro. Não sei o que vai acontecer, a gente vai deixar para a lei resolver, não vai ser nenhum de nós. Só pensamos na saúde do meu pai agora”.

Ainda conforme o casal, a situação foi bastante confusa. 

“Num primeiro momento a gente achava que como ele é vidraceiro, tinha ido fazer uma colocação de vidro. Demorou um tempo até saber a versão dessa pessoa que ele foi na casa. A gente ficou muito chocado pois não se espera que uma coisa dessas aconteça. Mas graças a Deus no dia da ocorrência tinha pessoas ali, que ajudaram de alguma forma. Se ele tivesse sozinho, não tinha sobrevivido”. 

Eles destacaram que Canivete sempre foi uma pessoa muito forte.

“O médico disse que a recuperação vai acontecer no tempo dele mesmo, mas a gente vê que ele foi bem forte, bem guerreiro. Ver a situação dele no hospital foi traumatizante… Mas agora ele também vai receber acompanhamento psicológico e a partir do momento em que tudo se ajeitar, vamos correr atrás de outras coisas. Por exemplo: ele é autônomo e não é aposentado ainda, então vamos correr atrás disso também”.

Roberto finalizou enfatizando que a família está preparada para cuidar de Canivete o tempo que for necessário, até que se recupere.


“Ele vai precisar da gente para muitas coisas, toda hora. Vai precisar de força de todos nós mas vai superar! Conheço bem ele, é um cara muito para frente, muito alegre, uma pessoa que não se abatia por qualquer coisa. Passou toda vida dando risada, podia estar com o problema que fosse. Vai dar tudo certo e ele vai sair dessa!”. 

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