RIO NEGRINHO. A lei que autoriza a venda, colheita e transporte de pinhão em Santa Catarina está em vigor desde 1° de abril, animando produtores, vendedores e consumidores.
Apesar de, conforme a Epagri, os maiores produtores estarem no Planalto Sul do estado, aqui em Rio Negrinho, no Planalto Norte, a safra também cria expectativas para todos, como é o caso de dona Terezinha de Fátima Padra, de 54 anos, que com os filhos, colhe pinhão em uma propriedade particular no interior da cidade.
À reportagem do Nossas Notícias ela contou que já pratica a atividade há muitos anos e que neste 2022, espera que a renda com a venda do produto a ajude a se mudar de casa.
Dona Terezinha ainda não se aposentou e trabalha como profissional de serviços gerais, “por dia”. Na semana que passou, ela contou que em cerca de 4 horas, a colheita foi de cerca de 50 kg de pinhão.
“As vendas sempre ajudam. E o dinheiro que vai entrar agora vai ajudar em muita coisa”, enfatizou.
Ela finalizou, claro, falando sobre como prefere comer pinhão, já que também é consumidora rsrsrs.
“Adoro cozido, assado, … farofa de pinhão com carne, bacon, … Quanto mais coisa melhor, mas como a carne está cara não dá para colocar muito”.
Quem quiser aproveitar para preparar os seus pratos preferidos com pinhão (conta aqui para a gente quais são!) pode entrar em contato com dona Terezinha pelo fone 47 992666692. Clique aqui para falar pelo whatsapp!
Expectativa de mais de 6 mil toneladas em todo estado neste ano
A partir de levantamentos que os extensionistas da Epagri fazem com os agricultores locais, estima-se um aumento de 25% na produção estadual em relação a 2021.
A expectativa é colher mais de 6 mil toneladas na safra deste ano bem como que os frutos sejam de maior qualidade. Neste começo de safra, o preço pago ao produtor está por volta de R$ 4,50 o quilo, conforme a Epagri.
Segundo César Oliveira de Arruda, extensionista rural da Epagri em Painel, a demanda está maior do que a capacidade colheita, fator que pode elevar o preço nas próximas semanas, mas que tende a se estabilizar entre final de abril e a primeira quinzena de maio, quando a oferta será maior.
Painel, que é o maior produtor do Estado, estima colher entre mil a 1,5 mil toneladas, bem mais que as 800 toneladas colhidas em 2021.
“O município produz mais que isso, mas não consegue colher tudo porque falta mão de obra. A atividade é familiar e a coleta fica a cargo dos jovens, pois é necessário para subir nas árvores para retirar a pinha”, afirma.
Ao mesmo tempo, ele explica que o fato de os produtores de pinhão serem os proprietários das terras tem um lado positivo: eles conhecem as araucárias e portanto sabem identificar o ponto de maturação das pinhas, permitindo que a colheita ocorra na data certa e garantindo um pinhão maduro, com sabor diferenciado, e consequentemente, mais valorizado.
O extensionista relata que a colheita deve durar cerca de três meses e meio, garantindo um bom volume.
“Nossos produtores vão trabalhar de forma intensiva para colher o máximo que podem”, diz. O extrativismo do pinhão representa importante fonte de renda para muitas famílias do Planalto Serrano.
A colheita em Santa Catarina iniciou no dia 1° de abril atendendo uma lei criada em 2011 com o intuito de preservar a espécie.