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Encontrada em Corredeiras, ferramenta utilizada por indígenas em Rio Negrinho será ponto de partida para estudo sobre a história desses povos na cidade

Walderes e Valdemar, na localidade de Rio Casa de Pedra, examinando o local onde há indícios do funcionamento de uma oficina lítica usada pelos indígenas

RIO NEGRINHO. Quem conhece, sabe que o rio-negrinhense Valdemar Staffen é alguém que se identifica e vive a Arte em todas as suas formas.

E provavelmente não por acaso, ele encontrou em um terreno da família na localidade de Corredeiras, uma ferramenta que os índios usavam nas chamadas “Oficinas Líticas”, onde faziam a raspagem de madeira para a confecção de artefatos.

A informação de que a ferramenta realmente era original, foi feita por Walderes Coctá Priprá, indígena e doutoranda em Arqueologia pela USP. Ela explicou ainda que o artefato não estava finalizado.

Walderes esteve em Rio Negrinho nos dias 3, 4 e 5 de março e além de ver a ferramenta, também foi levada por Valdemar até uma propriedade na localidade de Rio Casa de Pedra, onde ele também lhe mostrou uma grande pedra em meio ao rio, que considera que tenha sido uma oficina lítica, podendo ser uma de outras que eventualmente tenham existido no município.

“A existência da oficina lítica nesta localidade, eu já conhecia há muitos anos. Inclusive em buscas por tarefas de gincanas aqui de Rio Negrinho”, comentou com a reportagem do Nossas Notícias.

Agora, com uma parceria firmada com Walderes, que confirmou que convidará outros pesquisadores para verificar informações sobre a passagem dos povos indígenas pela cidade, Valdemar declarou que espera que seus registros sejam trazidos à luz, no sentido dar à eles, o devido reconhecimento por sua contribuição para a formação da cidade.

“Esse contato com alguns elementos da cultura dos povos indígenas que habitaram nossa região, sempre me despertou  curiosidade e interesse em pesquisar mais a respeito. São poucas as informações que dispomos na cidade, relacionadas aos povos originários que habitaram nossas florestas.  Inclusive sobre quais etnias que realmente viveram por aqui…Temos conhecimento dos povos Laklãnõ – Xokleng, os Taquaras, mas há muito a ser pesquisado ainda…”, considerou.

Staffen adiantou que com a parceria com Walderes, há a possibilidade de colher alguns relatos de pessoas, cujos pais ou avós tenham tido contato com os indígenas locais  e que poderão auxiliar no resgate de algumas informações. 

Walderes mora em José Boiteaux (SC),  é da  etnia La Klãnõ Xokleng e esteve em Rio Negrinho a convite da paisagista Ciliane Augustin, que conta com sua ajuda para montar no Nosso Jardim um espaço que resgate e destaque a importância da colonização indígena na cidade. 

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR A ENTREVISTA DE NOSSSA REPORTAGEM COM WALDERES NO NOSSO JARDIM

Na foto de Oda Alves, Walderes conferindo detalhes da ferramenta encontrada por Valdemar Staffen

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