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Setembro Amarelo, suicídio inconsciente e atendimentos do CVV em Rio Negrinho foram temas de apresentação na sessão da Câmara nesta semana

RIO NEGRINHO . Na sessão da Câmara de Vereadores que aconteceu excepcionalmente nesta quarta-feira (08), em função do feriado do dia 7, o voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Rio Negrinho, Antônio Álvaro das Chagas usou o espaço da tribuna popular para falar sobre a Campanha Setembro Amarelo, mês voltado a ações de prevenção ao suicídio e que tem no dia 10 de setembro o Dia Internacional da Prevenção.

Ele lembrou que a campanha teve início em 2015 com a proposta de chamara a atenção da sociedade através de uma mobilização que consiste em iluminar de amarelo, garantindo visibilidade para a causa, com a adesão de escolas, entidades e do setor público.

“Estádios, times de futebol, até o Congresso Nacional e o Itamaraty aderiram e ganharam essa estampa”, lembrou.

Antônio frisou que todas as pessoas podem participar da iniciativa cuja divulgação é de extrema importância, seja em igrejas, escolas e centros sociais.

“Um estudo da Unicamp apontou que 17% dos brasileiros pensaram em tirar a vida, e 4,8% elaboraram algum plano para isso. No Brasil temos um suicídio a cada 45 minutos, 32 por dia, 11 mil por ano”, disse.

O voluntário ressaltou ainda que existe o suicídio inconsciente, quando a pessoa produz sua morte de maneira indireta, através de comportamentos de risco e exposição ao risco de morrer.

“A primeira medida preventiva é a educação. Historicamente esse assunto era tabu até entre familiares que perdiam entes queridos, existia uma cultura de negação”, falou.

“Às vezes a pessoa sequer sabe que pode receber apoio. Como é possível oferecer ajuda a algum amigo ou familiar se não soubermos identificar sinais? Todos podemos fazer uma pergunta que é tem algo que possa fazer por você?”, frisou.

Segundo ele aí é que é feito o encaminhamento para atendimento, que pode vir de muitos meios, por alguém próximo ou mesmo pelo CVV.

“Para conversar com o CVV basta ligar para o número 188, o atendimento é 24 horas por dia e pode ser feito ainda por e-mail ou chat através do site cvv.org.br. É um serviço de atendimento, de apoio emocional que atende exclusivamente com voluntários de forma gratuita para quem precisa conversar, com sigilo e anonimato”, explicou.

Pandemia mudou foco de atendimentos

Sobre as mudanças no atendimento durante o período de pandemia, Antônio destacou que não houve um aumento significativo na demanda, pois a mesma já era muito grande antes mesmo dela iniciar.

“O que aconteceu foi que assuntos relacionados a pandemia se tornaram mais presentes, seja por saudade de familiares, medo de morrer, medo do que vai acontecer a nível social, sentimento de luto por perda de pessoas em decorrência da doença”, exemplificou.

Antônio lembrou ainda que o CVV não substitui o serviço médico ou terapêutico, mas está sim disponível quando a pessoa precisa seja a noite, seja nos finais de semana.

“As pessoas se sentem mais sozinhas em datas como dia das mães e natal. Algumas entram em sofrimento profundo e aí surge o risco de dar fim a própria vida”, citou.

“O CC se reconfigurou durante a pandemia. O grupo viabilizou atendimento remoto com a mesma privacidade e sigilo”, comentou.

Antônio também lembrou que em Rio Negrinho o CVV atende junto ao terminal urbano de passageiros, atualmente com 13 voluntários plantonistas.

“Nestes mais de 17 anos de atividades em Rio Negrinho, passaram mais de 100 voluntários pela nossa entidade. São mais de 120 postos no Brasil e mais de 4.200 voluntários e ainda assim não supre a demanda”, encerrou ele, que adiantou que em breve a entidade deverá também retomar atendimentos presenciais, seja no posto de atendimento, seja em ações como palestras em escolas.

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