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Criado em Rio Negrinho, Douglas Jurek tem atuação de destaque na Advocacia Geral da União, um dos órgãos mais importantes do país no combate a corrupção

RIO NEGRINHO . Nascido em Canoinhas, mas vivendo em Rio Negrinho desde os três anos de idade, Douglas Jurek faz que questão de dizer que se considera rio-negrinhense. Ele veio para Rio Negrinho em 1994, época em que seu pai veio trabalhar na empresa Battistella e a família, no caso sua mãe e sua irmã, vieram junto.

Ao Nossas Notícias, Douglas que atualmente reside em Uruguaiana (RS), onde atua junto a Advocacia-Geral da União (AGU) e também na gestão da Procuradoria Regional da União da 4ª Região, contou sobre sua infância em Rio Negrinho, seu gosto pela profissão e os passos até chegar a atual função junto a um dos órgãos mais importantes do país no combate a corrupção.

“Quando viemos para Rio Negrinho, fomos morar no bairro Vila Nova. Fiz jardim de infância e pré-escola no Menino Jesus e parte da primeira série no Jorge Zipperer. Em seguida, mudamos para o Cruzeiro, onde temos casa até hoje. Então terminei a primeira série no Marta Tavares, fiz a segunda série no Manuel da Nóbrega, isso antes do Manuel concentrar apenas Ensino Médio”, detalha.

Da terceira a oitava séries ele estudou na Escola Selma Teixeira Graboski e, por fim, retornou ao Manuel da Nóbrega para fazer o ensino médio.

“Tenho lembranças muito boas daquela época. Vivia andando de bicicleta de um lado para o outro com os amigos e sempre envolvido com algum esporte”, revela Douglas.

Em Rio Negrinho ele também frequentou aulas de caratê com o sensei Valdir Antunes no ginásio do Ratinho, onde ainda jogou muito futebol e futsal pelo Selma, pelo Vila Nova e até um período na Tuper.

“Também vivi experiências muito bacanas jogando basquete pelo Selma e pelo município. Foram bons tempos, com certeza”, relembra.

Douglas concluiu o ensino médio em 2008, e no mesmo ano prestou vestibular para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), iniciando o curso em 2009. Naquele período ele ainda passou em outros vestibulares na região como a PUC/PR, Universidade Positivo, Univille e UNC, mas fez sua opção pela Federal.

Ele comenta ainda que quando prestou os vestibulares já tinha a certeza de que queria partir para a área de ciências humanas.

“Acabei optando pelo Direito e estou feliz com a escolha. Não tenho familiares formados em Direito e, à época que ingressei na UFSC, a minha irmã era a única familiar próxima que tinha cursado ensino superior”, cita.

“Quanto ao interesse pela advocacia, foi algo que se desenvolveu gradualmente durante a faculdade, principalmente em razão de ter estagiado num escritório de advocacia durante quase todo o curso. No fim das contas, fiquei na advocacia, mas na advocacia pública e não na privada”, comenta ainda.

O concurso para a AGU

Douglas uniu a preparação para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com a preparação para o concurso da Justiça do Trabalho de Santa Catarina no segundo semestre de 2013. Ele foi aprovado nesse concurso e acabou sendo nomeado em outubro de 2014 para trabalhar em Fraiburgo, cerca de um mês depois de se formar.

“Depois de descansar e refletir bastante no restante de 2014, iniciei 2015 focado em estudar para os concursos da advocacia pública”, conta.

“Foi um período muito difícil e logo tive que interromper os estudos em razão do meu trabalho na Justiça e de mudança de cidades já que voltei de Fraiburgo para Florianópolis.
Em julho de 2015, retomei os estudos com bastante foco e, logo em seguida, foram publicados os editais para os concursos da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional”, detalha.

Sobre os concursos, ele explicou que acontecem com várias fases e muito demorados.

“Iniciaram em julho de 2015, mas terminaram apenas em dezembro de 2016 e fui nomeado para a AGU em janeiro de 2017. Na PGFN, a nomeação aconteceu na metade de 2017, mas optei por permanecer na AGU. Sempre estudei muito durante a faculdade, o que certamente encurtou o caminho quando comecei a estudar especificamente para o concurso”, acredita.

O trabalho na AGU

Douglas chegou a fazer parte da equipe especializada da AGU e que atua na defesa da probidade administrativa, o que significa, em termos gerais, atuar no combate à corrupção e isso inclui as grandes operações noticiadas na mídia, como a Lava-Jato, Carne Fraca e Sanguessuga, dentre outras.

“Eu passei a atuar nesta equipe em 2020, mas, logo em seguida, com os desdobramentos da pandemia, me voluntariei para atuar na Força-Tarefa criada pela AGU para tratar das centenas de milhares de processos judiciais envolvendo o Auxílio Emergencial do governo federal. Não cheguei a trabalhar nos processos da Lava-Jato, portanto”, explica.

Douglas está lotado em Uruguaiana e é responsável por representar os interesses da União nos processos judiciais daquela região, que inclui o sudoeste gaúcho e fronteira com a Argentina. O termo União refere-se aos órgãos que fazem parte do poder público federal: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Exército, Marinha, entre outros.

“Além dessa atuação em Uruguaiana, também faço parte da atual gestão da Procuradoria Regional da União da 4ª Região, que tem sede em Porto Alegre e dirige a atuação da AGU nos três estados da região Sul”, cita ainda.

Ele comenta ainda que nos quatro anos de AGU, já teve a oportunidade de trabalhar com diversas questões. No início, Douglas atuou com um leque bem grande de assuntos envolvendo patrimônio federal e meio ambiente (rodovias, rios, recursos minerais, proteção ambiental).

“Também foram assuntos envolvendo serviços públicos (defesa judicial de atos das Polícias Federal e Rodoviária Federal, Receita Federal, de programas governamentais nas mais diversas áreas, como educação, moradia, saúde, programas sociais), direito internacional (naturalização, reconhecimento de nacionalidade, serviços públicos integrados na área de fronteira), questões envolvendo servidores públicos federais civis e militares, questões eleitorais e trabalhistas”, detalha.

A partir de 2018, o jovem ingressou em uma equipe especializada em recuperação de ativos, que tem como objetivo cobrar valores devidos à União. Isso inclui desde questões como indenizações por danos causados a veículos oficiais em acidentes de trânsito, até questões muito complexas, como a cobrança de valores referentes à má aplicação de recursos federais, como má gestão ou corrupção.

“Também trata de indenizações e cobranças referentes a danos causados à estrutura de portos e aeroportos ou então ao descumprimento de contratos de concessões de serviços públicos. Aí também se incluem a cobrança de condenações impostas pela Justiça Eleitoral a candidatos e a partidos políticos; e também a execução em favor da União do patrimônio obtido em razão de condutas criminosas, como tráfico de drogas”, explica.

Pandemia

“Com o início da pandemia em 2020 e a criação do Auxílio Emergencial pelo governo federal, passei a fazer parte e, num segundo momento, a coordenar uma força-tarefa da AGU criada especialmente para trabalhar nos processos judiciais envolvendo o auxílio emergencial nos três estados da Região Sul. Foi um trabalho muito difícil, mas também muito importante e gratificante”, enfatiza.

“Fizemos grandes esforços para viabilizar que o auxílio chegasse a quem realmente tinha direito e, ao mesmo tempo, identificar os casos em que o benefício era indevido. Recentemente deixei essa equipe para assumir atribuições na atual gestão da Procuradoria Regional da União da 4ª Região, que tem sede em Porto Alegre e dirige a atuação da AGU nos três estados da região Sul”, relata Douglas.

“Mesmo morando em Uruguaiana costumo vir para Rio Negrinho umas quatro ou cinco vezes por ano. Meus pais e minha irmã moram aqui, além das muitas amizades que vêm desde os tempos de infância. No momento estou passando férias aqui na cidade. Além de descansar e curtir a família, aproveitei para rever alguns amigos e fazer o Circuito das Araucárias de bicicleta”, encerra.

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