Nossas Notícias

Já conhece o “Viajando na Jurema”? Projeto dos rio-negrinhenses Jaqueline e Diego é sobre viagens, camping e a rotina de quem tem doença celíaca

RIO NEGRINHO. Os rio-negrinhenses Jaqueline Polaski Flohr, de 37 anos e o marido Diego Graciano Flohr, de 40 anos, além da parceira de viagens “Cacau”, cachorra adotada da rua em dezembro do ano passado, são os “tripulantes” do projeto “Viajando na Jurema”, no qual conhecem lugares novos através de um motor home e ainda trocam experiências sobre a condição celíaca, doença da qual Jaque foi diagnosticada. O conteúdo produzido por eles pode ser conferido no YouTube e Instagram (confira os links no final da matéria ).

“Eu e meu marido Diego sempre tínhamos um sonho de ter um trailer ou um Motor Home porque eu tenho uma condição celíaca, então eu não posso ter contato e não posso ingerir glúten. Por causa dessa condição genética, se eu tenho contato e faço ingestão de algum alimento que tem glúten eu tenho várias reações”, explica Jaqueline.

“É uma condição pra vida toda e eu descobri há cerca de seis anos que tinha a doença. Isso então mudou a minha vida de cabeça para baixo. Eu tive que me readaptar, tive que adaptar minha casa. Tive que fazer toda a troca dos equipamentos na minha casa para não ter nenhuma contaminação de glúten e para ter uma vida saudável”, detalha.

Jaqueline conta que após esse período de adaptação, em sua casa não entra mais glúten e até seu marido faz a alimentação da mesma forma que ela.

“A gente se adaptou em casa, só que percebemos que quando a gente ia passear ou viajar, não existiam hotéis e pousadas que atendessem minha condição, então sempre tinha que levar minha alimentação junto comigo”, cita.

Segundo ela, além dos alimentos, a condição faz com que também os utensílios usados por outras pessoas, mesmo que devidamente lavados, não possam ser compartilhados.

“Então era complicado de achar, era complicado essa logística quando a gente ia viajar. Eu sempre levava tudo e o carro ficava ‘entupetado’ de coisas, utensílios, marmitinhas, comida congelada…”, comenta Jaqueline.

A ideia de ter um motor home

Ela conta que com base nessa experiência cheia de transtornos, surgiu a ideia de adquirir um motor home para facilitar as coisas. E a oportunidade de adquirir o veículo adaptado logo surgiu. A caminhonete, que veio praticamente montada para os acampamentos, recebeu reforma, limpeza e adaptações em pias e armários, tudo de forma a atender a condição celíaca.

“Até temos um vídeo no canal que mostra a reforma que a gente fez e como ficou. Em fevereiro desse ano a gente adquiriu ela, iniciou as reformas, mas até hoje ainda a gente não terminou direito. Quem assistir o vídeo vai notar que ainda falta o banheiro, mas isso não impede de já utilizar a ‘Jurema’ e fazer algumas viagens”, comenta.

Já com relação a escolha do nome, Jaqueline conta que sempre teve o costume de dar apelidos para os carros que o casal tinha.

“Quando a ‘Jurema’ chegou, eu olhei pra ela e disse: é a Jurema. Depois começamos a planejar viagens e pensamos em porque não, devido a questão da restrição alimentar, visitar um camping?”, lembra ela.

“Porque a gente não vê ao entorno, ao redor, o que tem disponível para quem tem restrição alimentar, para quem tem doença celíaca, porque a gente não faz e posta um vídeo? Foi o que pensamos!”, cita ainda.

“A informação hoje é tudo e temos até um vídeo no qual eu falo sobre o porquê, da Jurema e o porquê do projeto. Eu conto um pouquinho da doença celíaca, como que eu descobri. Como isso afetou a minha vida e como isso tudo surgiu e também como a gente se adaptou”, explica.

“Hoje eu sou uma celíaca que aceitou sua minha condição, vivo feliz mesmo sem poder comer como as outras pessoas. Eu me adaptei e cozinho muito”, completa.

Jaqueline conta ainda que o projeto “Viajando na Jurema” surgiu com a ideia de criar um canal onde pudessem ser colocadas informações sobre a doença celíaca, sobre o que tem para celíacos na região ou na cidade que se pretende visitar.

“Isso logo foi crescendo e de repente a gente começou a fazer as viagens”, diz.

Nesses primeiros meses de experiência, o casal já visitou o Camping Beira Mar em Pontal do Paraná; o Camping Terramar, em Piçarras e também o Camping Cavaleiro Sem Destino, em Volta Grande, no interior de Rio Negrinho.

“Temos planos de no final do ano passar de novo o Réveillon no Rota 89, que é um camping em Barra Velha. A gente já passou o ano novo anterior lá”, cita Jaqueline.

A certeza de que o casal gostava mesmo de acampar

“Para a gente ver se ia gostar disso mesmo (de acampar), nós acabamos alugando um trailer entre Natal e Ano Novo. A gente viu, bateu o martelo e decidiu que era aquilo que queríamos para a nossa vida”, fala Jaqueline, que comenta ainda que essas viagens só acontecem nos finais de semana porque tanto ela quanto o marido tem seus compromissos profissionais.

“Só viajamos nos finais de semana, nas férias, quando temos uma folga. Eu sou professora da rede municipal e o Diego é mecânico, é empresário. Ele tem a empresa de manutenção dele, então a gente tem que se organizar”, conta.

“O nosso tempo é organizado. A gente tem planos de viajar par mais longe, mas não esse ano, talvez no próximo. Mas a princípio as nossas viagens ainda vão ser mais por perto, aqui em Santa Catarina e no Paraná”, complementar.

Troca de informações

“A nossa ideia é visitar o camping, visitar o entorno, a cidade e ver quais são as opções que existem seguras pra quem tem restrição alimentar, como é o meu caso. Assim também informo sobre a doença celíaca para as pessoas entenderem o que é”, frisa.

“Explicar que quem é celíaco tem sensibilidade ao glúten, que a pessoa celíaca não tem isso porque quer, que não é frescura a gente deixar de comer glúten. Explicar que quando um item já foi utilizado com glúten a gente não pode utilizar e que não se tira o glúten lavando normalmente talheres, copos, pratos…”, detalha ainda.

“Essa é a principal intenção do projeto, é disseminar a informação sobre a doença celíaca para as pessoas”, completa.

“A intenção é fazer as pessoas entenderem que não é frescura, que não é mimimi, que a gente realmente não pode ter contato com glúten, isso para a gente ter uma saúde boa, para a gente ter uma qualidade de vida”, destaca ainda Jaqueline.

“A Jurema, o motor home na minha vida, não é luxo; ele é uma necessidade para a gente poder sair, viajar, passear com tranquilidade porque daí eu faço a minha comida, vou ter os meus utensílios e não vou correr risco e de ficar passando mal e a gente vai poder aproveitar a viagem”, encerra. Confira tudo no canal do “Viajando” no YouTube clicando aqui. No Instagram você pode conferir o perfil e as experiências do casal clicando aqui.

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram