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De Rio Negrinho para Bucareste. Juliana Bacic Gehring conta sobre a vida na capital da Romênia, país ainda pouco conhecido por aqui mas que possui vários atrativos

RIO NEGRINHO. Trabalhos estressantes, dinheiro apenas para pagar as contas no final do mês e pouco tempo para aproveitar a vida. Os motivos foram suficientes para uma mudança de hábitos de Juliana Bacic Gehring, que mora a seis anos em Bucareste. A capital da Romênia, país ainda pouco conhecido por aqui, traz vários atrativos e pode fazer com que você queira incluir o país em um eventual tour pela Europa. Juliana conheceu o marido Franco pela internet. E os dois mesmo sendo brasileiros, moravam fora do país na época em que começaram a se conhecer. Ela morava em Londres e ele na Bélgica. “Com os caminhos que a vida nos leva, voltamos para o Brasil e começamos a nossa relação”, contou ela ao Nossas Notícias. No Brasil, o casal morou por um período em Curitiba, mas sempre conversou sobre o desejo de voltar a morar na Europa um dia. E o martelo foi batido em 2015, quando os dois decidiram que era hora da mudança, literalmente. “O dinheiro que recebíamos era para pagar as contas e pouca coisa sobrava. Foi então que decidimos que tinha chegado a hora de uma mudança”, lembra. A definição sobre o destino veio depois que o marido comentou que seu melhor amigo da época em que morou na Bélgica era um romeno. Segundo ela, eles conversaram muito, e o marido acabou convencido de que a Romênia seria uma boa opção. “A princípio eu não queria aceitar, não conhecia nada sobre o país, não conhecia nenhum brasileiro que tivesse vivido aqui para contar sobre essa experiência. Busquei informações na Internet, mas não achava nada além de dicas turísticas. Mas quando vi que meu marido estava realmente decidido, acabei aceitando o desafio”, cita. O casal chegou na Romênia em março de 2015, com oito malas, a pequena Luiza, então com quatro anos, e um frio na barriga por não saber direito o que encontraria. Muitas ofertas de emprego “Nos mudamos para a capital do país, Bucareste, e uma das primeiras coisas que descobrimos foi que Bucareste tem uma grande oferta de trabalho para falantes de português. Em pouco tempo já estávamos empregados em boas empresas internacionais, e isso ajudou muito na nossa adaptação”, destaca. Ela explica ainda que a cidade tem boas ofertas de trabalho para pessoas que falam outros idiomas, não apenas o português mas também francês, italiano, espanhol, alemão e outros idiomas. “Isso porque existem aqui muitas empresas do tipo BPO (Business Process Outsourcing) que é quando uma empresa decide terceirizar um departamento, prática comum para serviços de call center, departamento financeiro, TI), e também empresas do tipo SSC (Shared Service Center) quando uma empresa tem escritórios em diversos países, mas centraliza alguns departamentos em um único país, para padronizar o serviço”, cita. Juliana explica que essas empresas procuram a Romênia, pois o país faz parte da União Europeia, mas ainda não faz parte da zona do Euro, tendo uma mão de obra mais barata em comparação com outros países. Além disso, segundo ela, o romeno tem muito interesse e facilidade em aprender outros idiomas, e a internet no país é uma das melhores do mundo. A soma desses fatores torna a Romênia muito atrativa para as empresas, e a oferta de trabalho é grande. Adaptação “Nós viemos com uma cabeça aberta para aceitarmos a mudança como um todo, então isso tornou a adaptação mais fácil. O maior desafio é o idioma, pois o romeno é uma língua Latina com influências do turco, russo, entre outros”, conta Juliana. Ela diz que a alimentação também é diferente, mas no dia a dia em casa, o casal costuma matar a saudade da comida brasileira, já que é possível encontrar praticamente todos os ingredientes na Romênia. “Para comer fora, as duas primeiras palavras que aprendi em romeno foram ‘pepino’ e ‘pimentão’, pois são duas coisas que eu detesto, mas que o romeno coloca em praticamente toda comida”, cita ela sobre a culinária local. Sensação de segurança Uma das diferenças sentidas na família durante a fase de adaptação foi a questão da segurança. Andar na rua mexendo no celular, ter acesso a caixas eletrônicos direto na rua, andar com muito dinheiro vivo no bolso são algumas situações comuns no país europeu, mas que causaram estranheza na família no início. “Mas hoje, seis anos depois de chegarmos, já estamos bem-acostumados com a maioria das coisas aqui”, conta Juliana que atualmente trabalha em uma empresa de leasing de carros de Portugal. “Faço a parte de elaboração de contrato e encomenda de carros. Estou nessa empresa há um ano, pois quando a pandemia começou no ano passado, eu perdi o emprego que tinha na área de turismo, minha área de formação”, explica. O marido Franco trabalha com departamento financeiro na mesma empresa desde que a família se estabeleceu em Bucareste. “Desde março estamos trabalhando de casa, sem previsão de retornar para o escritório. Com a pandemia muitas empresas perceberam que é possível trabalhar de casa, e é comum ver empresas que notaram um aumento na produtividade dos funcionários desde que pararam de ir ao escritório”, conta. Segundo ela, na empresa em que trabalha, a ordem número um é segurança, por isso ela imagina que só voltará para o escritório quando boa parte da população estiver vacinada. “De qualquer forma, minha empresa já comentou que possivelmente o ‘novo normal’ será trabalhar um ou dois dias por semana de casa, mesmo depois da pandemia”, afirma. Muitos locais para conhecer Juliana cita que em tempos normais, a família gosta muito de passear pela cidade e também de viajar. Ela conta que Bucareste tem muitas coisas para fazer, e o que mais gosta é a grande quantidade de parques pela cidade, com muito espaço verde, ar livre, para aproveitar os dias de tempo bom. Em relação ao país do leste europeu como um todo, Juliana explica que a Romênia é um país lindo, e um ponto que chama a atenção é o fato de que as quatro estações do ano são muito definidas com verão de muito calor, inverno com frio e neve, outono com as folhas laranjas caindo das árvores, e primavera com as flores renascendo e colorindo a paisagem. “Cada época do ano nos convida a ir para um lugar diferente no país. Temos o litoral, com o mar Negro, a região do Delta do Danúbio, onde o rio Danúbio desemboca no mar, temos a região de montanhas, estradas cênicas, enfim muita coisa interessante para conhecer. Geralmente as pessoas pensam apenas no Conde Drácula, mas há muito mais para ver por aqui”, lembra ela.   Promoções

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