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Velórios de vítimas de COVID: o que diz a lei sobre quando a cerimônia pode ou não pode ocorrer

RIO NEGRINHO. O aumento no número de mortes por Covid-19 no município nas últimas semanas e que consequentemente também trouxe mais movimentação aos cemitérios fez com que surgissem questionamentos sobre a realização ou não de velórios em casos de vítimas de Covid, tendo em vista que em alguns casos a cerimônia é realizada e em outros não. De acordo com as informações da prefeitura, a cidade segue a legislação estadual ( link no final da matéria ) através da Nota Técnica 25/2020, que fornece recomendações referentes ao manejo de corpos no contexto do novo coronavírus e outras questões relacionadas a esses óbitos. Um dos pontos se refere ao sepultamento das vítimas de Covid-19 sem que haja velório. Amarilson Huttl, gerente da Funerária São Gabriel, destaca que pela legislação estadual, os velórios só poderão ser realizados com caixão aberto quando a vítima contraiu o coronavírus ao menos 21 dias antes de falecer. “Existe o entendimento de que a pessoa não transmite mais o vírus após 14 dias e, que passado esse tempo ela se torna autoimune. Contudo nos casos de velório, ele só é permitido com o uso de caixão aberto após 21 dias que a pessoa tenha contraído a doença”, esclarece. “Somente a partir daí a Vigilância Sanitária entende não haver mais risco de transmissão da doença por parte do cadáver. Além disso, o tempo máximo permitido para os velórios é de seis horas, mas geralmente está se adotando um período menor”, comenta. Horários permitidos A legislação estadual também estabelece que os funerais deverão ser realizados obrigatoriamente até as 18 horas e que nos casos onde a morte acontece após esse horário, que o enterro seja realizado no dia seguinte a partir das 7 horas da manhã. “Nesses casos ou o corpo fica no hospital ou no carro da funerária. É bom frisar que essa questão envolve não somente os falecimentos por Covid, mas sim todos os tipos de morte”, cita o gerente da Funerária São Gabriel. Cuidados Amarilson destaca ainda os cuidados redobrados tomados pela funerária na hora da manipulação dos cadáveres vitimados pelo Covid-19. Segundo ele, os corpos ficam em um ambiente isolado para não contaminar os outros espaços. O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) por parte dos colaboradores da funerária também passou por adequações. “Os cuidados já eram grandes antes da pandemia e hoje são redobrados. Até mesmo as máscaras que já usávamos antes, hoje foram substituídas por outras muito mais avançadas”, exemplifica. Os carros utilizados pela empresa para o transporte dos corpos também passam por higienização frequente após cada funeral. O processo, segundo Huttl, chega a levar duas horas. A roupa utilizada pelos funcionários da empresa também é descartável, aponta. “O funcionário toma banho e troca de roupa”, comenta. Ainda com relação ao transporte, ele frisa que os motoristas não tem acesso algum aos corpos, pois os carros tem um compartimento exclusivo para os que serão sepultados. Aumento de custos A pandemia fez disparar o preço não apenas de insumos usados no tratamento da doença, mas em toda a cadeia envolvido com a doença. Prova disso, explica Huttl, foi o aumento de itens de trabalho da funerária como luvas da látex, compradas até então por R$ 16,00 e cujos valores atuais ultrapassam a faixa dos R$ 100,00. “As urnas funerárias, por exemplo, tiveram um aumento de 40%”, cita. Conscientização Huttl comenta ainda o fato de as mortes por Covid-19 impedirem que muitos familiares possam dar o último adeus a seus entes queridos, em especial os que moram em lugares mais distantes. “Com esse aumento nos casos, especialmente nos últimos dois meses só temos que pedir conscientização da população. A doença não é brincadeira, estão morrendo pessoas novas, pessoas sem comorbidades”, cita. “É um momento triste, delicado, mas espero que se resolva o quanto antes”, encerra. Confira a nota conjunta da Superintendência de Vigilância em Saúde do Governo de Santa Catarina clicando aqui.    Promoções

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