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"Muitos diziam:'ah, um anão ainda na política'", conta Anão Sidão, que foi candidato a vereador em Rio Negrinho

RIO NEGRINHO. Ele é conhecido como “Sidão” ou “Anão Sidão”. Seu nome é Sidnei Moraes Machado, tem 38 anos, mede 1,30 metro e é morador de Rio Negrinho há mais de 15 anos. Tem uma companheira e uma enteada que reconhece como ‘filha do coração’. ‘Sidão’ também foi candidato a vereador em 2020 pelo PT e recebeu 27 votos, além do seu. À reportagem do Nossas Notícias, declarou que não se incomoda em ser anão mas relatou ter passado por situações desconfortáveis durante a campanha em função da sua altura. “Muitos diziam: ‘ah, um anão, ainda na política’; ‘o que que um anão vai fazer na política?’. E eu sempre falava: ‘vou fazer o que um grande não faz. Porque muitos estão lá os quatro anos ou vão estar e não vão fazer nada, pois tem os que só vão pegar salário”. Fora isso, ‘Sidão’ disse que saiu de cabeça erguida da campanha eleitoral, apesar de não ter sido eleito. E confessou que já pensa em 2024. “A minha família está me dando a maior força. Mas além deles preciso também ter o apoio da Família PT, que para mim não é um partido; como eu disse, é uma família. Mas são coisas para irmos alinhando, pode dar certo e pode não dar também. Só Deus sabe”. Sidnei é beneficiário do INSS ( se aposentou por invalidez ) mas já trabalhou em uma fábrica de colchões na região de Jaraguá do Sul ( SC ) e realizou outras atividades. Em poucos minutos de conversa ficou muito claro que ele não se incomoda com a condição de anão. “Muitos pensam que a vida de um anão é difícil mas garanto que não é difícil. Ela se torna difícil para quem tem mente fraca, no meu ponto de vista. Porque eu consigo fazer as vezes até mais que uma pessoa normal, de maior estrutura e força. Claro, ainda tem um pouco de preconceito sim, mas agora mudou muito, uns 99,9%”. E ele fala com a autoridade de quem nasceu em uma família onde a maioria são pessoas “normais”. “Somos em seis irmãos e só dois – eu e mais um irmão – são anãos”. Questionado sobre como foi sua infância, Sidnei contou que nasceu em Santa Maria do Oeste (PR) e que seus pais lhe disseram que quando nasceu era do tamanho de uma garrafa de Coca-Cola. “Nasci uma criança normal, só era pequenininho. Quando comecei a andar, deu um problema que não andava mais, daí foi toda vez piorando mais até eu estar nas últimas, contam meus familiares. Com uns dois anos eu não aguentava mais, daí tinha um uma pessoa que tinha uma farmácia e o meu pai me levou lá. Daí ele falou que podia me dar um remédio mas que eu teria dez minutos para reagir ou morrer. Daí um tio meu, que estava junto com o pai, acabou brigando com  esse farmacêutico, porque ele estava na dúvida de me dar o bendito remédio. Mas ele acabou dando e graças a Deus, estou vivo aqui, tenho uma vida normal. Tenho carro, dirijo, fiz a minha família… Mas também não me incomodo em ser chamado de anão, levo tudo na brincadeira”. Morando junto com a companheira há seis anos, ‘Sidão’ contou que no início o relacionamento causou estranheza em algumas pessoas. “Mas depois o pessoal se acostumou e ficou tudo bem”. Acessibilidade Sobre a questão da acessibilidade, ‘Sidão’ disse que não enfrenta dificuldades mas acredita que apesar de alguns avanços há bastante a ser feito. “Tem o pessoal que não tem deficiência e estaciona o seu veículo na vaga de deficiente, por exemplo. Acredito também que cada estabelecimento comercial deveria ter uma cadeira de rodas disponível para facilitar o acesso de clientes que tenham dificuldade de locomoção ou mesmo para o caso de um cliente passar mal, como já vi acontecer. Outra coisa que acho que seria bom, seria colocar algum tipo de iluminação em degraus de escadas, para facilitar o acesso das pessoas que tem dificuldade de visão”. Ele finalizou deixando uma mensagem para roda a comunidade. “Acredito que devemos agir mais, cobrar mais os nossos direitos e também dar oportunidade para todas as pessoas trabalharem, para depois criticar, se for o caso.  Recebi muitas críticas por ser um anão candidato a vereador mas a meu ver eram críticas desnecessárias, pois não tive a oportunidade de mostrar meu trabalho, já que não fui eleito”. Promoções ]]>

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