Nossas Notícias

Autoestima: a forma como nos sentimos acerca de nós mesmos e que afeta toda a nossa existência

Andreia Furst Tabbert é colunista do portal Nossas Notícias e escreve todos os domingos. Contatos com a colunista podem ser feitos diretamente pelo whatsapp clicando aqui!   ************************************************** A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos os aspectos da nossa experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor e no sexo, até o modo como atuamos como pais, e até aonde provavelmente subiremos na vida. Nossas reações aos acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são reflexo das visões mais íntimas que temos de nós mesmos. Assim, a autoestima é a chave para o sucesso ou para o fracasso. Resultados de uma autoestima negativa É também a chave para entendermos a nós mesmos e aos outros. Além de problemas biológicos, não consigo pensar em uma única dificuldade psicológica – da ansiedade e depressão ao medo da intimidade ou do sucesso, ao abuso de álcool ou drogas, às deficiências na escola ou no trabalho, ao espancamento de companheiros e filhos, às disfunções sexuais ou à imaturidade emocional, ao suicídio ou aos crimes violentos – que não esteja relacionada com uma autoestima negativa. De  todos os julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante quanto o que fazemos sobre nós mesmos. Desta forma, a autoestima positiva é portanto um requisito importante para uma vida satisfatória.  Mas o que é autoestima? Vamos entender o que é autoestima. Ela tem dois componentes: o sentimento de competência pessoal e o sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a autoestima é a soma da autoconfiança com o auto respeito. Ela reflete o julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida (entender e dominar os problemas) e o direito de ser feliz (respeitar e defender os próprios interesses e necessidades). O que é ter uma autoestima elevada, baixa e média?  Ter uma autoestima elevada é sentir-se confiantemente adequado à vida, isto é, competente e merecedor, no sentido que acabamos de citar. Ter uma autoestima baixa é sentir-se inadequado à vida, errado, não sobre este ou aquele assunto, mas ERRADO COMO PESSOA. Ter uma autoestima média é flutuar entre sentir-se adequado ou inadequado, certo ou errado como pessoa e manifestar essa inconsistência no comportamento – às vezes agindo com sabedoria, às vezes como tolo – reforçando, portanto, a incerteza. Sobre a capacidade de desenvolver a autoestima A capacidade de desenvolver uma autoconfiança e um auto respeito saudáveis é inerente à nossa natureza, pois a capacidade de pensar é a fonte básica da nossa competência e o fato de que estamos vivos é a fonte básica do nosso direito de lutar pela felicidade. Idealmente falando, todos deveriam desfrutar um alto nível de autoestima, vivenciando tanto a autoconfiança intelectual como a forte sensação de que a felicidade é adequada. Entretanto, infelizmente, uma grande quantidade de pessoas não se sente assim. Você se sente insuficiente?  Muitas sofrem de sentimentos de inadequação, insegurança, dúvida, culpa e medo de uma participação plena na vida – um sentimento vago de “eu não sou suficiente”. Esses sentimentos nem sempre são reconhecidos e confirmados de imediato, mas eles existem. No processo de crescimento e no processo de vivenciar esse crescimento, é muito fácil que nos alienemos do autoconceito positivo (ou que nunca formemos um). Poderemos nunca chegar a uma visão feliz de nós mesmos devido a informações negativas vindas dos outros, ou porque falhamos em nossa própria honestidade, integridade, responsabilidade e autoafirmação, ou porque julgamos nossas próprias ações com uma compreensão e uma compaixão inadequadas. Entretanto, a autoestima é sempre uma questão de grau. Não conheço ninguém que seja totalmente carente de autoestima positiva, nem que seja incapaz de desenvolver autoestima. Desenvolvendo a sua autoestima Desenvolver a autoestima é desenvolver a convicção de que somos capazes de viver e somos merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo, que nos ajudam a atingir nossas metas e a sentirmo-nos realizados. Desenvolver a autoestima é expandir nossa capacidade de ser feliz. Se entendermos isso, poderemos compreender o fato de que para todos é vantajoso cultivar a autoestima. Não é necessário que nos odiemos antes de aprender a nos amar mais; não é preciso nos sentir inferiores para que queiramos nos sentir mais confiantes. Não temos de nos sentir miseráveis para querer expandir nossa capacidade de alegria. Quanto maior a nossa autoestima…

  • Quanto maior a nossa autoestima, mais bem equipados estaremos para lidar com as adversidades da vida; quanto mais flexíveis formos, mais resistiremos à pressão de sucumbir ao desespero ou à derrota
  • Quanto maior a nossa autoestima, maior a probabilidade de sermos criativos em nosso trabalho, ou seja, maior a probabilidade de obtermos sucesso
  • Quanto maior a nossa autoestima, mais ambiciosos tenderemos a ser, não necessariamente na carreira ou em assuntos financeiros, mas em termos das experiências que esperamos vivenciar de maneira emocional, criativa ou espiritual.
  • Quanto maior a nossa autoestima, maiores serão as nossas possibilidades de manter relações saudáveis, em vez de destrutivas, pois, assim como o amor atrai o amor, a saúde atrai a saúde, e a vitalidade e a comunicabilidade atraem mais do que o vazio e o oportunismo.
  • Quanto maior a nossa autoestima, mais inclinados estaremos a tratar os outros com respeito, benevolência e boa vontade, pois não os vemos como ameaça, não nos sentimos como “estranhos e amedrontados num mundo que nós jamais criamos” (citando um poema de A. E. Housman), uma vez que o auto respeito é o fundamento do respeito pelos outros.
  • Quanto maior a nossa autoestima, mais alegria teremos pelo simples fato de ser, de despertar pela manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos.
São essas as recompensas que a nossa autoconfiança e o nosso auto respeito nos oferecem. Vamos nos aprofundar mais no significado do conceito de autoestima! Autoestima, seja qual for o nível, é uma experiência íntima; reside no cerne do nosso ser. É o que EU penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e sente sobre mim. Infância e autoestima Quando crianças, nossa autoconfiança e nosso auto respeito podem ser alimentados ou destruídos pelos adultos – conforme tenhamos sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confiar em nós mesmos. Mas, em nossos primeiros anos de vida, nossas escolhas e decisões são muito importantes para o desenvolvimento futuro de nossa autoestima. Estamos longe de ser meros receptáculos da visão que as outras pessoas têm sobre nós. E de qualquer forma, seja qual tenha sido nossa educação, quando adultos o assunto está em nossas próprias mãos. Autoestima e sucesso Ninguém pode respirar por nós, ninguém pode pensar por nós, ninguém pode nos dar autoconfiança e amor-próprio. Posso ser amado por minha família, por meu companheiro ou companheira e por meus amigos e, mesmo assim, não amar a mim mesmo. Posso ser admirado por meus colegas de trabalho e mesmo assim ver-me como um inútil. Posso projetar uma imagem de segurança e uma postura que iludem virtualmente a todos e ainda assim tremer secretamente ao sentir minha inadequação. Posso preencher todas as expectativas dos outros e, no entanto, falhar em relação às minhas. Posso conquistar todas as honras e apesar disso sentir que não cheguei a nada. Posso ser adorado por milhões e despertar todas as manhãs com uma nauseante sensação de fraude e vazio. Desta forma, chegar ao “sucesso” sem conquistar uma autoestima positiva é ser condenado a sentir-se um impostor que aguarda intranquilo ser desmascarado. Assim como a aclamação dos outros não cria a nossa autoestima, também não o fazem os conhecimentos, a competência, as posses materiais, o casamento, a paternidade, a dedicação à caridade, as conquistas sexuais ou as cirurgias plásticas. Essas coisas PODEM às vezes fazer com que nos sintamos melhor sobre nós mesmos temporariamente, ou mais confortáveis em situações particulares, mas conforto não é autoestima. A tragédia é que existem muitas pessoas que procuram a autoconfiança e a autoestima em todos os lugares, menos dentro delas mesmas, e, assim, fracassam em sua busca. Veremos que a autoestima positiva pode ser entendida como um tipo de CONQUISTA ESPIRITUAL, isto é, uma vitória na evolução da consciência. Quando começamos a entender a autoestima Quando começamos a entender a autoestima dessa forma, como uma condição da consciência, entendemos quanta tolice há em acreditar que, se pudermos causar uma boa impressão nos outros, teremos uma auto avaliação positiva. Pararemos de dizer a nós mesmos: “Se pelo menos eu tivesse mais uma promoção; se pelo menos me tornasse esposa e mãe; se pelo menos fosse reconhecido como um bom provedor; se pelo menos pudesse comprar um carro maior; se pelo menos pudesse escrever mais um livro, comprar mais uma empresa, ter mais um amante, mais uma recompensa, mais um reconhecimento de minha generosidade – então, REALMENTE me sentiria em paz comigo mesmo”. Perceberíamos então que a busca é irracional, que o anseio será sempre “por mais um”. Se ter autoestima é julgar que sou adequado à vida, à experiência da competência e do valor, se autoestima é a autoafirmação da consciência, de uma mente que confia em si, então ninguém pode gerar essa experiência a não ser eu mesmo. Quando avaliamos a verdadeira natureza da autoestima, vemos que ela não é competitiva ou comparativa. A verdadeira autoestima não se expressa pela autoglorificação à custa dos outros, ou pelo ideal de se tornar superior aos outros, ou de diminuir os outros para se elevar. A arrogância, a jactância e a superestima de nossas capacidades são atitudes que refletem uma autoestima inadequada, e não, como imaginam alguns, excesso de autoestima. Uma das características mais significativas da autoestima saudável é que ela é o ESTADO DA PESSOA QUE NÃO ESTÁ EM GUERRA CONSIGO MESMA OU COM OS OUTROS. A importância da autoestima saudável está no fato de que ela é o fundamento da nossa capacidade de reagir ativa e positivamente às oportunidades da vida – no trabalho, no amor e no lazer. A autoestima saudável é também o fundamento da serenidade de espírito que torna possível desfrutar a vida.

Um excelente dia para você! 

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