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Família de Rio Negrinho aposta na fé para superar contaminação conjunta por coronavírus

RIO NEGRINHO. Há alguns dias, A.D. (pseudônimo que optamos usar para proteger nossa fonte), morador da cidade, entrou em contato com nossa reportagem. Ele havia acabado de saber que a esposa e os três filhos – com 3, 7 e 10 anos respectivamente – haviam testado positivo para o coronavírus. Uma situação para a qual realmente ninguém está preparado, seja na condição de paciente, familiar, parente, amigo ou simples ouvinte como foi o nosso caso naquele momento. Desde então, temos acompanhado via whatsapp a história de A.D. e sua família e publicamos hoje essa reportagem com autorização dele, com o objetivo de compartilhar uma experiência e mostrar como TODOS estamos suscetíveis a contaminação bem como destacar a necessidade de empatia e solidariedade para com as pessoas positivadas. Afinal, até o momento não há uma vacina, remédio ou algum tipo de cirurgia que cure a doença. Da mesma forma, como é uma doença nova, não há respostas “certeiras” para nenhum paciente. Alguns são contaminados com o vírus e não sentem nenhum sintoma. Outros apresentam sintomas leves e há quem apresente sintomas mais graves, precisando às vezes de internação na UTI e em algumas situações nem resistindo… Então, o positivado nunca sabe de fato, com cem por cento de certeza, qual vai ser o seu destino. A.D. nos contou que assim que soube que os filhos e a esposa estavam contaminados, comunicou a empresa onde até então trabalhava informalmente, fazendo “bico”. Naturalmente, foi dispensado do trabalho naquele momento. Ele também precisou ficar isolado em casa, juntamente com o resto da família. Então, poucas perspectivas lhe sobraram … Além de tudo isso, antes de a esposa e os filhos de A.D. serem diagnosticados com a doença, outros dois familiares da esposa de A.D. já haviam sido diagnosticados também, sendo um inclusive internado na UTI de um hospital da região em estado grave.

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A.D. contou que a família não sabe exatamente como e quando houve a contaminação, mas acreditam que tenha sido a partir do contato com o parente da sua esposa que foi o primeiro do grupo a ser diagnosticado com COVID. Na casa de A.D. a primeira pessoa a sentir os sintomas da doença foi sua esposa. “Ela começou a sentir dor de cabeça e no corpo e também não sentia cheiro e nem paladar”. Já das três crianças, apenas a mais velha, segundo ele, sentiu febre e dor de cabeça. “Eles estão bem, de forma geral. Não entendem a gravidade da situação, só estão sentindo muita falta do familiar que está internado na UTI, pois sempre foi muito próximo à elas. Mas a gente conversa bastante com eles sobre tudo isso”, disse. Alguns dias depois, A.D. também foi diagnosticado com COVID. “Eu fiquei sem conseguir sentir o cheiro das coisas e sem paladar também. Mas melhorei, agora sinto só um pouco de dor de cabeça”, declarou.
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Desde que a família foi atendida pela equipe da Saúde de Rio Negrinho ( e continua sendo acompanhada pelos profissionais ) e os diagnósticos vieram – três de uma única vez e mais um na sequência – a vida deles mudou muito e um “mar” de perguntas se abriu. Como sobreviver sem emprego no período de isolamento? Como pagar contas e fazer compras? A comida que tinham seria necessária para tantos dias seguidos de confinamento? A.D. vai conseguir voltar a fazer seus “bicos” na mesma empresa em que trabalhava antes? Se ficar sem emprego, como vai ser? Todos ficarão bem no final de tudo isso? E as crianças? “Não tem como deixar os filhos de lado. Não estou contaminado pelo vírus, mas meus filhos me pedem beijos e abraços …como vou negar?”, desabafou ele alguns dias antes de saber que também estava com COVID.  Para ter força diante de um turbilhão de perguntas sem respostas exatas, A.D. destacou que a família, que é evangélica, se apegou ainda mais à fé. “Nós tentamos não pensar muito em tudo isso para não deixar as crianças tristes. Temos orado, pedindo para Deus resolver tudo por nós e logo tudo voltar a ser como era antes.Estamos assistindo cultos da igreja pela internet e acompanhando as orações, também on-line, para nos fortalecermos espiritualmente. Penso muito no familiar de minha esposa que está na UTI e oro ainda mais por ele pois sabemos que é só Deus mesmo, para nos proteger”. O período de quarenta da esposa e dos filhos de A.D. termina nesta semana, conforme ele informou. Na semana que vem é o período de quarenta de A.D. que acaba. Eles devem ainda passar por alguns testes e acompanhamento de profissionais bem como tomar alguns cuidados, mas sobretudo estão confiantes de que depois de um período de tantas provações, será possível “viver de verdade” novamente. É com os olhos da fé que eles o mundo. “É só Deus mesmo, para nos proteger”… Que seus exemplos de fé, independente de religião, sejam inspiração para todos nós, em todos os momentos!  DADOS DO COVID-19 EM RIO NEGRINHO E EM SÃO BENTO DO SUL Até esta segunda-feira (06), Rio Negrinho registrava 79 casos positivos e destes, 40 recuperados. Leia mais clicando aqui. Até às 16h30 desta segunda-feira (06), São Bento do Sul registrava 175 casos positivos  de COVID sendo destes, 122 recuperados e 6 óbitos. Saiba mais clicando aqui.
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