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Seca na Represa de Volta Grande e nos rios da região: especialista da Epagri explica fenômeno e orienta produtores da região

[caption id="attachment_23900" align="alignnone" width="300"] Fotos: Eduardo Wielewski[/caption] RIO NEGRINHO. A imagem acima parece ser do Nordeste do Brasil, região reconhecida pelas constantes secas e suas duras consequências econômicas, sociais e culturais. Porém, a imagem reflete a situação atual da Represa de Volta Grande, ponto turístico localizado no Distrito de Volta Grande, interior de Rio Negrinho, no estado de Santa Catarina. O cenário, surreal em comparação com a imagem abaixo, que reflete a Represa nos seus melhores dias –  tem entristecido moradores e também turistas que já passaram pela região. [caption id="attachment_23901" align="alignnone" width="300"] Represa de Volta Grande em condições normais[/caption] Mas afinal, porque a Represa está assim? Para falar sobre o assunto nossa reportagem conversou com o engenheiro agrônomo Guilherme Xavier Miranda, Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, pesquisador na área de hidrologia da EPAGRI/CIRAM e Coordenador da Sala de Situação de Santa Catarina através do Convênio Agência Nacional de Águas (ANA) e EPAGRI. O especialista explicou que a falta de chuvas vem ocorrendo em todo o estado e mais especificamente no  Planalto Norte desde o início deste ano, atingindo na região os rios Negro, Negrinho e Iguaçu além de colocar o setor de energia e a agricultura também em alerta. “No Planalto Norte em janeiro choveu 117,7 milímetros faltando chover 44,5 milímetros para se atingir a média de precipitação mensal. Em fevereiro choveu só 100,7 milímetros, faltando chover 67 milímetros para se atingir a  mesma média. E em março praticamente não choveu em todo o estado e no Planalto Norte choveu 24 milímetros, faltando chover 127 milímetros para se alcançar a média necessária”. Miranda explicou que o quadro se agrava porque dados da Epagri registram uma falta de chuva muito grande na região desde junho do ano passado. “Até 29 de abril,  só choveu 34 milímetros, faltando chover 63,5 milímetros para chegar na média histórica. Ou seja, a falta de chuva continua muito grande”, complementou. Geração de energia

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Miranda destacou que a falta de chuva tem repercutido na geração de energia como um todo na Bacia do Iguaçu. “A gente tem contato com o operador nacional do sistema de geração e ele demonstra que o rio Iguaçu tem gerado energia muito abaixo da média que deveria. A capacidade instalada dele é de 10 mil mega wats de potência e o sistema está gerando no máximo 1300 mega wats, isso tem repercutido muito na região, deixando também a Represa praticamente seca”. E nesse sentido vem a pergunta: porque não está chovendo?  Miranda falou que a falta de chuva se deve a bloqueios atmosféricos e citou que a chuva que deveria cair neste ano por aqui foi para a região Sudeste. “Houve um deslocamento de chuva para lá. Tanto que houve aquelas enchentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”. Perspectivas Miranda disse que as previsões dos meteorologistas da Epagri são de que haja chuva até o próximo dia 7. Porém, o volume não deve ser o necessário. “As previsões são de chuvas com volumes pouco expressivos, entre 30 milímetros e 50 milímetros acumulados. São índices que não  vão ser suficientes para repor e recarregar nem os mananciais nem a represa de Volta Grande. Essa chuva vai infiltrar um pouco e o restante vai escoar”, conjecturou. O especialista enfatizou que esta é uma situação temporária, lembrando que a Epagri tem sistemas de acompanhamento real do clima, que podem ser acessados no site da Epagri. Miranda frisou também que a Epagri tem diversos  especialistas que acompanham todas as modificações climáticas em todos os períodos, podendo desta forma fazer diversas orientações a produtores rurais, comunidade científica e população em geral. Recomendações aos agricultores 
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Ele finalizou deixando algumas recomendações para os agricultores da região. “A recomendação é que os produtores rurais armazenem o máximo que puderem de água nos seus açudes, taipas e demais locais. Também lembro que é importante que acompanhem  o volume e as condições de chuva na região  nesse período de início de plantio da pastagem de inverno. É muito importante verificar todos os fatores  para que a pastagem de aveia e azevém não sofram mais tarde. E por isso reforço: acompanhem o site da Epagri, onde há várias informações atualizadas e as orientações necessárias”. Represa de Volta Grande, abril de 2020 (fotos de Eduardo Wielewski)
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