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Dona Rosa e Sidnei merecem morar com dignidade

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Senhora e filho adotivo moram na Rua Paulo Kingerski, número 20, no Campo Lençol
RIO NEGRINHO. Dona Rosa Terezinha Paes tem 61 anos e mora na Rua José Kingerski, número 20, no bairro Campo Lençol. Na tarde desta segunda-feira (03) ela recebeu a visita da reportagem do Nossas Notícias, que conferiu sua situação i-na-cre-di-ta-vel-men-te triste.
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A começar pelo cenário de, sem exageros, pobreza extrema. A casa de dona Rosa é até grande. Tem sala cozinha, mais de um quarto, bom pátio. A questão é que o mau cheiro que vem provavelmente da fossa, paredes de madeira e o teto que literalmente estão desmoronando impedem que ali haja quaisquer espírito de dignidade humana.
Um dos quartos da casa
Com exceção da fé de dona Rosa em um final de vida melhor que os seus últimos anos. Para ela, ao que parece, a vida foi muito pouco fácil. “Meu pai faleceu e fiquei morando nesta casa velha que ele havia comprado. Nunca tive condições de melhorar”, falou. A senhora contou que já trabalhou em algumas fábricas e como diarista. “Por muitos anos trabalhei em uma casa. Mas um pouco antes de meu pai falecer eu estava mal de dinheiro e não conseguia pagar o aluguel. Pedi um adiantamento para a patroa mas ela disse que não era um problema dela e me dispensou”.
Seu próprio quarto: o lugar da casa que dona Rosa disse que mais gosta
Questionada se recebe algum tipo de aposentadoria ou pensão, dona Rosa falou que sempre trabalhou “frio” (sem registro). “Nunca paguei o INSS porque não podia. Mal ganhava para comer”, garantiu.
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Faz cinco anos que a senhora contou que procura ajuda e conforme vizinhos, sua situação é mais do que precária. Um deles contou à reportagem que quando chove muito, como aconteceu na quinta-feira (30), dona Rosa e seu filho adotivo, Sidinei Carvalho,correm para sua casa. Fato que foi confirmado por ela.
Forro da cozinha
“Quando dá essas enxurradas e é de dia eu fico menos preocupada pois tem uns vizinhos que tem comércio e me acolhem. Mas quando é noite, chove e tem trovoadas, eles não estão por aqui. Daí eu e o Sidinei ficamos rezando para não morrermos”. Dona Rosa falou que não tem contato com os filhos biológicos e que conheceu Sidinei quando ele era morador de rua. “Ele tem necessidades especiais, então o acolhi. Um tempo depois a Doralice (Arten, in memorian), conseguiu um benefício para ele e hoje vivemos praticamente só com esse valor”. Rosa disse ainda que já entrou com pedido de auxílio por duas vezes junto ao INSS mas não conseguiu. Ela também mostrou os joelhos, onde disse ter sofrido um deslocamento. “Tem um advogado agora tentando ver se consegue um auxílio do governo para mim. Mas não sei…”, desabafou, desconfiada. Ela lamentou a situação em que vive e questionada sobre seu maior sonho, não só respondeu como também abriu o coração:
No canto da sala, ela fala sobre um possível entupimento: a”era um banheiro aqui”
“Não aguento mais! Estou numa situação pior do que as pessoas que moram em locais onde entra água. Aqui não entra água mas a casa, a qualquer momento pode cair na cabeça da gente. A “agueira” que entra em casa quando chove é praticamente pior do que quando dá enchente. Meu maior sonho é unicamente morar em uma casa melhor que essa ou conseguir que essa fosse reformada. Não precisa ser casa de luxo, só um lugar simples, onde eu não tenha motivos para ter medo”. O QUE DIZ A PREFEITURA A reportagem do Nossas Notícias entrou em contato com Tcharles Purim, o Secretário de Habitação de Rio Negrinho. Ele disse que em decorrência das enxurradas da semana passada o prefeito Júlio Ronconi (PSB) esteve no bairro Campo Lençol e lhe passou esta situação. Purim contou que já esteve na casa de dona Rosa. “Estamos vendo no que poderemos ajudá-la. Ela tem cadastro na Secretaria mas não tem a escritura do terreno no nome dela. Mas estamos verificando como poderemos fazer alguma coisa por ela”.]]>

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