Kelen Sbolli é adestradora profissional de cães. Proprietária da Vita Canis, atende em Curitiba PR Rio Negrinho e em várias outras cidades do Sul do Brasil. Escreve para o Nossas Notícias todos os domingos. Contatos com a colunista podem ser feitos pelo zsbolli@yahoo.com.br *************************************** Todos nós já passamos por perdas irreparáveis. A dor é tanta que parece não passar nunca. A saudade se instala mas com o tempo nos acostumamos a ela e seguimos em frente. Mas e os cães? Eles podem sentir tristeza, saudades ou depressão por um amiguinho ou pelo tutor que já se foi? Temos inúmeros exemplos de cães que esperam por muito tempo por seu tutor que faleceu e até mesmo ficando sob seu túmulo por semanas. Talvez o exemplo mais famoso seja do cão Akita Hachiko, do filme “Sempre ao seu lado”. Nem todos os cães reagem da mesma maneira Nem todos os cães reagem da mesma maneira, assim como nós, humanos. Mas não é incomum o cão apresentar tristeza, prostração, parar de comer e beber, uivar, latir em demasia, ter movimentos compulsivos, destruição fora do normal e até mesmo uma depressão profunda que pode levar a morte. Os pesquisadores ainda não tem certeza se o cão sabe conscientemente que seu amigo ou seu dono morreram ou apenas sofrem com a ausência. Alguns parecem ter uma percepção maior do que é a morte. Tanatologia A Tanatologia comparativa é uma disciplina que estuda a morte e suas práticas envolvidas. No entanto, até o momento este estudo é quase exclusivo às atividades humanas. Ainda é incipiente o estudo de como os animais lidam com a morte. Sabe-se que a compreensão da morte envolve 4 componentes:
- A inevitabilidade. É a consciência de que todos os seres vivos acabarão morrendo um dia.
- A irreversibilidade: Uma vez morto, o indivíduo não pode retornar a vida.
- Não funcionalidade: Depois de morto o indivíduo não pode perceber, sentir, pensar ou agir.
- Causalidade: Compreender que a falência dos órgãos vitais causam a morte.
- 36% dos animais comiam menos que o habitual após a morte de um animal companheiro.
- 11% pararam completamente de se alimentar.
- 63% vocalizaram mais que o normal, ou se tornaram mais quietos.
- 66% dos cães demonstraram no mínimo quatro mudanças comportamentais após perderem um animal de companhia.