Há oito anos Rio Negrinho conta com a Acepred (Associação Centro Especializado em Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos), uma comunidade terapêutica de atendimento a dependentes químicos e alcoólatras.
Atendimento via SUS
Neste período, o espaço, que tem o ex-dependente Mario Pereira como um de seus fundadores, passou por muitas fases até a efetivação de convênios com os governos federal, estadual e municipal, que permitem o tratamento para internos encaminhados pelo SUS.
Mario Pereira, fundador e gestor da Acepred
“Hoje não atendemos no particular. Nossos convênios permitem o encaminhamento de internos via Senade, que é a Secretaria Nacional Antidrogas e também pessoas encaminhadas pelos CAPS de São Bento do Sul e de Rio Negrinho”, explicou.
A sede da associação fica no bairro Campo Lençol, em uma área com ares rurais que inclui academia de ginástica, campo de futebol, cozinha, sala de reuniões, banheiros, os aposentos dos internos e uma casa específica para aqueles que concluiram o internamento e estão se programando financeiramente para recomeçar a vida.
Além da infraestrutura completa – e simples, mas perfeitamente acolhedora – na comunidade os internos tem acompanhamento de vários profissionais.
“Na Acepred cada atividade tem um profissional. Temos uma assistente social, dois terapeutas. O acolhido passa por uma entrevista em sua chegada. Também por terapias individuais, terapia ocupacional, laborterapia e terapias para que possam descontrair em momentos de fissura ou quem sabe superar este momento”.
Casa segue modelo familiar
A casa, segundo ele, segue o modelo familiar. “Esta é uma classificação de um dos nossos psicólogos, Geremias Alves. Porque aqui é como uma família, onde todos tem o direitos e deveres. Aqui todos sabem que precisam ter o cuidado de si e dos outros também”.
Não há cura para a dependência química e o alcoolismo
Pereira também frisou que não há cura para a dependência química e para o alcoolismo e que por isso buscou implantar na Acepred um tratamento diferente do tradicional.
“Trabalhamos com liberdade e responsabilidade. Cada interno aqui desenvolve a consciência de que cada ato e escolha sua revertem em consequências para ele, que podem ser boas ou ruins, conforme suas escolhas. Ele terá que conviver com essa consciência sempre”.
O gestor também frisou que a equipe da comunidade não trabalha com julgamentos. “Cada ex-interno sabe que não estamos aqui para julgar ninguém, mas sim para orientar cada um a seguir o melhor caminho”.
Seis meses de tratamento na casa e para o resto da vida
Além do período denominado acolhimento, que dura os seis meses e que é o tempo que cada interno permanece na casa, há ainda ações paralelas juntamente com as famílias dos dependentes e um acompanhamento pós internamento. “Continuamos os acompanhando nas suas casas ou para onde eles seguirem”.
Mais informações podem ser obtidas pelo fone (47) 36449023.
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