RIO NEGRINHO. Na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (14), a Tribuna Popular foi marcada por um apelo em defesa da causa animal. A voluntária Luane Stefany, integrante do grupo SOS Pet e que falou em nome da GRUPRA — Grupo de Proteção Animal de Rio Negrinho, trouxe à tona a dura realidade enfrentada diariamente por protetores independentes no município.
“Hoje venho a essa tribuna com a voz de uma causa que há muito tempo clama por atenção”, iniciou, destacando que fala não apenas por si, mas em nome de dezenas de pessoas que, mesmo sem apoio oficial, dedicam tempo, recursos e saúde emocional para salvar cães em situação de abandono, maus-tratos e doenças.
Durante sua fala, ela citou dois dos muitos exemplos que simbolizam a luta dos protetores: Iara Sousa Sipauba Depin e Cleiton Luis Depin, que cuidam de mais de 150 animais. “São dois seres humanos que fazem pelos animais o que cada um de nós poderia fazer. Mas até onde vai parar o limite humano? Quem vai cuidar de quem cuida?”, questionou.
A voluntária também criticou o repasse financeiro do município para a causa — a Grupra recebeu R$ 20 mil no ano passado e a aplicação da verba é comprovada em uma prestação de contas à prefeitura. O valor, segundo Luane, cobre apenas uma pequena parcela das necessidades. “É ração, medicação, consultas, emergências… tudo custa muito caro. Não queremos mais promessas. Queremos um projeto real, com metas, prazos e ação”, enfatizou.
Segundo a organização, os recibos apresentados na sessão se referem-se aos R$ 5 mil arrecadados diretamente pelas voluntárias, através do evento SOS Pet Rock Festival, que aconteceu no Tênis Clube, no dia 15 de março.
Luane sugeriu que Rio Negrinho se espelhe em cidades como Navegantes e Itapema, onde já existem políticas públicas estruturadas para atendimento, castração e resgate de animais. E reforçou o apelo. “O abandono de animais é um problema de saúde pública. Essa causa precisa ser prioridade”.
Apoio
O vereador Nedlyn Sacht (Novo) também se pronunciou durante a sessão. Ele enfatizou seu comprometimento com a pauta e destacou a urgência de ações concretas. “Se as medidas já tomadas fossem suficientes, não estaríamos vivendo esse cenário. Precisamos abrir um novo ciclo de diálogo e propor soluções com responsabilidade e efetividade”, declarou.
Luane encerrou sua fala com um pedido à Câmara, para que esta não seja apenas mais uma discussão sem consequência. “Quando o poder público se omite, o sofrimento cresce. Mas quando se compromete, vidas são salvas. E não falo apenas de vidas animais, mas da vida que temos dedicado a essa missão”, disse.