
RIO NEGRINHO. Na tarde deste sábado (5) aconteceu a terceira edição da Caminhada Azul, promovida pela AMA – Associação de Pais e Amigos Autistas de Rio Negrinho e que reuniu pais, amigos, professores, representantes do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Polícia Militar e membros da comunidade. O percurso iniciou na Travessa Theodoro Junctum e seguiu até a Praça do Avião em um trajeto pensado para possibilitar a participação das crianças e familiares.
A Caminhada Azul tem como objetivo principal promover a conscientização sobre o autismo e incentivar a inclusão e socialização. Para a presidente da AMA, Jaqueline Pires o evento tem um papel essencial nesse processo. “Sou muito grata pela diretoria, que é meu apoio, e pelos pais. Ainda existe um certo tabu em sair com os filhos, e a caminhada também serve para isso: para eles socializarem, brincarem juntos. Até o jeitinho de brincar é parecido, e isso é importante para que os pais percebam que podem sair, podem aproveitar momentos como esse”, disse ela ao Nossas Notícias.
Jaqueline também destacou que cada criança tem sua forma única de interagir e participar, e que esse momento serve para que a associação compreenda melhor os limites e possibilidades dos atendidos. “Não fizemos um trajeto longo justamente para entender até onde cada um consegue ir. Por exemplo, meu filho só anda na calçada, ele não gosta de andar no meio da rua. Hoje, ele pôde participar dentro do seu jeito, e isso é especial”, lembrou.
Ao ser questionada sobre o avanço da conscientização da sociedade em relação ao autismo, a presidente pontuou que já houve progresso, mas que ainda há muito o que melhorar. “Já mudou bastante, mas ainda existe muita confusão, principalmente em relação aos níveis. Muitas pessoas ainda acham que autismo leve é ‘tranquilo’, mas o autismo é um transtorno que faz a criança transitar dentro do espectro. As dificuldades variam, e não podem ser simplificadas. As escolas também precisam entender melhor isso, pois uma criança de nível 1 pode ter necessidades diferentes de uma de nível 3”, informou.
A Caminhada Azul reforça a importância da visibilidade, empatia e respeito às diferenças. Mais do que um simples evento, ela se torna um espaço de troca, acolhimento e construção de uma sociedade mais consciente e inclusiva.
Atualmente, a AMA atende 64 pessoas, entre crianças, adolescentes e um adulto de 22 anos, oferecendo acolhimento, suporte e orientação para as famílias.