
SANTA CATARINA. A Delegacia de Combate a Estelionatos (DCE) de Joinville desarticulou um esquema de fraudes que usava dados biométricos de forma clandestina para aplicar golpes em bancos digitais. O autor do crime era um funcionário de empresas de telefonia celular, que simulava vendas de linhas para capturar dados dos clientes.
Com base na investigação, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ) e Joinville (SC). Ao invés de realizar vendas legítimas, o suspeito usava os dados coletados para validar biometrias em nome das vítimas e abrir contas bancárias ou solicitar microcréditos, tudo sem o conhecimento dos verdadeiros titulares.
A fraude só era percebida quando as vítimas se deparavam com seus nomes negativados em serviços de proteção ao crédito por instituições com as quais nunca tiveram qualquer vínculo.
Segundo a polícia, o golpe já pode ter atingido mais de 50 vítimas, entre pessoas físicas, empresas, operadoras de telefonia e fintechs do setor bancário. Somente nos últimos 12 meses, mais de 1,5 mil reclamações sobre empréstimos consignados não contratados foram registradas no Procon de Joinville.
Além da investigação criminal, foi realizada uma ação conjunta entre a Polícia Civil, a Secretaria da Fazenda e o Procon em lojas do mesmo segmento, com caráter educativo e fiscalizador, buscando evitar a repetição do golpe. A prática, conforme a Polícia Civil, fere diretamente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), pois envolve o uso indevido de dados biométricos sensíveis.