Nossas Notícias

Em passagem pela Academia Training, em Rio Negrinho, Patrick Gularte deixa dicas de corrida e inspira contando sua história pessoal

RIO NEGRINHO. A Academia Training trouxe à Rio Negrinho recentemente um workshop sobre corrida de rua, ministrado por Patrick Gularte,  atleta profissional de atletismo, profissional de Educação Física e pós graduado em Psicologia do Esporte. Aos 22 anos, ele também é campeão e recordista da Meia Maratona Internacional de Balneário Camboriú; campeão da Meia Maratona Internacional de Florianópolis e campeão Brasileiro Sub 23 dos 1.500 m rasos. Apesar do currículo ” de peso”, Patrick tratou a todos com muita humildade (sim, eu  participei do workshop também! ), mostrou que correr é muito mais do que se imagina, demonstrou um grande conhecimento técnico e bateu um papo incrível comigo na entrevista que você lê a seguir. O conteúdo está dividido em duas partes. A primeira é sobre corrida e na segunda, que vem logo na sequência, você confere um pouco da história do Patrick. Prepare-se para se surpreender! Nossas Notícias – Quais são suas dicas para quem quer começar a correr? Patrick –  A primeira coisa que a pessoa tem que entender é que cada organismo, cada corpo, funciona de um jeito. Então não significa que o treino do queniano, por exemplo, vai ser o melhor treino pra mim ou para você. Faça exames médicos antes de comecar a correr, verifique se está tudo em dia com a sua saúde. Procure um profissional para lhe orientar. A maioria das pessoas pega o tênis, sai pra correr, faz o que dá vontade, quer correr mais forte, mais fraco, caminhar … E o que acontece muitas vezes é que a pessoa se lesiona. Corra com materiais adequados, lembrando  que nem sempre eles são os mais caros. Tênis bom é aquele que você coloca no pé e que te dá conforto e resultado. Lembre sempre: alimentação e exercícios físicos são dois aliados sensacionais. Hidrate bem seu corpo e preste atenção ao sono, porque a partir do momento que você começa a praticar exercício físico, vai ter mudanças no seu metabolismo, você vai mudar toda sua rotina. Para quem está iniciando: entenda que não tem como você fazer um treino igual a de um atleta profissional. Tenha calma, planeje com o seu profissional para começar pelas distancias curtas, porque a corrida ela promove de 2 a 3 vezes mais de impacto nas articulações. Quem está acima do peso deve tomar bastante cuidado. Inicie com uma caminhada, pois você precisa fortalecer seus tendões e a musculatura. A parte psicológica é muito importante também! Entenda que a mudança em primeiro lugar acontece na mente, no seu sistema nervoso central, que é o que comanda o seu corpo. A corrida não pode ser um peso na sua vida, ela não pode ser uma obrigação. Tem que ser algo que vai te proporcionar felicidade, alegria e qualidade de vida!

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Nossas Notícias – E falando em alimentação, quais são as comidas certas para o antes e o depois do treino?   Patrick –  Assim, essa parte nutricional eu não gosto muito de falar porque o profissional ideal é o nutricionista. Mas como atleta, eu tenho 3 fontes de alimentos, que são os carboidratos, as proteínas e as gorduras. Antes do treino eu normalmente quase não como. Às vezes como um pãozinho, uma banana, um chá … porque o que me dá energia para treinar é o que eu comi na noite anterior. Isso também não quer dizer que você vai ter que comer bastante! Minha dica é comer um macarrão, um frango, algo bem suave antes de correr. Depois do treino eu gosto de fazer um omelete. Ovo é sensacional! Dê preferência à alimentos mais orgânicas e saudáveis. O essencial é diminuir o industrializado.
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Nossas Notícias – Como você chegou até rio negrinho para esse evento? Patrick –  Então, eu tenho um aluno, o Robson Nogueira, que é de Rio Negrinho. Como eu precisava treinar em altitude para  correr na Meia Maratona Internacional de São Paulo, me hospedei na casa dele para me preparar, devido às características geográficas da cidade, que são bem similares às da capital paulista. Além disso, em Itajaí , onde eu moro, agora está bastante movimentado em função do veraneio e eu precisava me concentrar, ficando em um lugar com mais tranquilidade.
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Nossas Notícias – E como surgiu a ideia do workshop na Academia Training?
Na foto, nossa turma no dia do treinamento com Patrick na Academia Training
Patrick – Além do treino da corrida propriamente dito, eu precisava continuar malhando na academia. Como o Robson também malha na Training, já na primeira semana  conversei com a Eliane (uma das sócias do local) e propus à ela uma troca, do treinamento no local pelo workshop e ela topou na hora. Quero dizer que foi  uma honra estar aqui e agradecer a Eliane, que não mediu esforços para essa parceria no evento. Também agradecer ao Robson, que me aturou por 30 dias (risos). Já adianto que vou voltar  para fazer a palestra “Primeiro a vida, depois a corrida”. 
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Nossas Notícias – Como você começou no atletismo?  Patrick – Então, eu comecei em 2013. Na época eu jogava futebol e minha treinadora  falava que eu corria demais, corria mais que a bola hehe Daí ela me indicou o atletismo, mas eu não levei em consideração. Até que participei de  uma competição no colégio que eu estudava e fiz um tempo que já dava pra ficar em 3º lugar no estadual. Isso sem treinar nada! Então comecei a gostar e fui para o estadual do JESC, fui o 3º colocado. Depois de lá meu pai começou a me levar em corridas de rua, eu tinha 16 anos. Ganhei a primeira, a segunda, a terceira …
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Nossas Notícias – E você só estudava nessa época ou trabalhava também? Patrick –  Eu era servente de pedreiro. Acordava cedo, ia treinar e aí ia trabalhar. Eu já tinha uma pré-disposição. Acredito que tem pessoas que já tem pré-disposição para o esporte, já nasceram para isso. E quando falo que já nasceu para isso, não estou falando de genética mas sim de pré-disposição mesmo. Eu morava e  trabalhava em um sítio, na roça mesmo. Eu  já tinha força, caminhava uns 10 km por dia. Quer dizer, eu já tinha um volume de “treino”.
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Nossas Notícias – Você acha que por exemplo é por isso que os quenianos são destaque no atletismo mundial ? Eles tem uma realidade parecida, senão até mais intensa (e tensa) que a  que você descreveu. Patrick – Sim, o país que eles moram é precário. Já  desde cedo eles têm que ir correndo para o colégio, voltar correndo, ir no mercado correndo e trabalhar na roça. Sem contar que a altitude lá é alta, eles acabam desenvolvendo desde criança uma grande resistência, uma pré disposição natural. Então correr como atleta é a oportunidade da vida deles! É uma chance de conseguir dinheiro para ajudar a família, de mudar de vida fazendo algo que eles já fazem.
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Nossas Notícias – E como surgiu para você a oportunidade de se tornar um atleta profissional? Patrick – Na minha quarta corrida recebi a proposta de ir treinar e morar em Itajaí (SC). Eu tinha 17 anos e meus pais não aceitaram muito essa ideia. Como meu pai era pedreiro, o sonho dele era ter um filho engenheiro. Mas eu fui para Itajaí mesmo assim e o esporte se tornou a essência da minha vida. Ganhei a Olesc (Olimpíadas do Estado de Santa Catarina), bati recorde estadual,  bati conquistas brasileiras e meus resultados foram se tornando cada vez mais  expressivos. Em paralelo à isso, me formei em Educação Física e fiz pós graduação em Psicologia do Esporte.
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Nossas Notícias – E agora, quais seus planos profissionais?  Patrick – Meu maior sonho é ganhar a São Silvestre, essa é minha meta para 2023 e já estou treinando para isso. Também a Olimpíada, vou estrear na maratona em 2023. Ainda quero fazer uma pós, possivelmente em Fisiologia que é uma área que eu gosto. Futuramente, quando parar de correr, quero trabalhar no campo de pesquisa, mais relacionada a Fisiologia mesmo. E além disso, a médio prazo, como fiz Psicologia do Esporte, quero me dedicar à palestras ligadas à área.
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Nossas Notícias – Você comentou que tem uma marca própria. Como é isso?  Patrick –  Eu tenho meu clube, que é parte de Federação Brasileira, é o UCA ( União Catarinense de Atletismo ), de São José (SC). Represento eles nos Jogos Abertos e competições pela federação. E eu tenho minha marca, que se chama “Mente y Cuerpo”, que é a marca que eu represento nas provas de rua. É a marca do meu trabalho. Além disso, trabalho com um grupo de corrida online, assessoria de treinamento online e presto alguns serviços em Psicologia do Esporte.
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Nossas Notícias – E qual o propósito da Mente y Cuerpo?  Patrick –  Eu tenho as camisetas que eu faço do meu grupo, mas a marca é do meu treinamento. Criei a marca com o objetivo de trabalhar o desenvolvimento e a potencialização das habilidades das pessoas, para ajudá-las a evoluir do esporte para a vida. Nossas Notícias –  Qual sua mensagem para jovens que querem seguir carreiras diferentes como você fez? Patrick – O que você fizer, faça com amor e com um propósito. No meu trabalho o meu propósito é ajudar as pessoas a mudar suas vidas através das lições do esporte. Não dê ouvidos para críticas. Acredite que se alguém um dia chegou lá é porque é possível. Nada cai do céu! Cada vitória tem nos seus bastidores muitas histórias de trabalho e de abstenções.  Para o sucesso muitas vezes precisamos nos abster de muitas coisas: às vezes temos que mudar de cidade, ficar  longe da família; nos afastar de pessoas que não vão nos agregar; deixar de ir a passeios para treinar, estudar, nos especializar. Respeite seus pais, a família é o maior presente que a gente pode ter na vida!  Acredite em Deus! Nossas Notícias – Quais são os teus perfis nas redes sociais, para quem quiser te acompanhar e falar com você? Patrick – Meu Instagram é @patrickgularte11. Quem quiser, pode me chamar. Sou uma pessoa que gosta de se comunicar com o público, sempre estou aprendendo com quem vem até mim. É isso!
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