Ivy Baum é mãe de uma adolescente e de dois gêmeos pequenos. Dona de casa, representante comercial, acadêmica de Letras, casada.
Escreve todos os domingos para o Nossas Notícias. Seus textos, de grande sinceridade e perspicácia, sem “mimimi” falam da rotina, dos desafios e conquistas de mães reais, que com acertos e erros, lutam para “dar conta de tudo” no dia a dia.
Contatos com a colunista podem ser feitos pelo ivybaum16@gmail.com ou (47) 9.92467608.
Estou pendurando as roupas dos gêmeos na minha sacada, quando uma pessoa grita da rua…
– Parece um varal de São João! E a quadrilha vai começar quando?
Gente, mal sabe aquela pessoa que penduro nessa sacada, todos os dias aproximadamente dez calças, seis blusinhas de manga longas, e uns quatro moletons, dois pares de meias.
Isso se eu não resolver sair com os gêmeos.
Fora o restante de roupas da casa, da Taci, as minhas e do meu marido.
Penduro nela, porque ali seca muito rápido, o varal é improvisado. Sei que a metade da minha cidade vê as roupas penduradas ali.
Mas aí minha pergunta:
– Como posso mudar isso, para que as pessoas não se incomodem com ele?
Nada, não posso fazer absolutamente nada.
Porque essa pessoa não imagina, o cheirinho de amor que as roupas têm. O carinho que tenho para colocá-las todas penduradas na mesma forma, o prazer que tenho em vestir meus filhos com uma roupa cheirosa e limpa.
Desde ontem, aonde vou, olho o varal das casas e percebo que ali se resumem a vida das pessoas.
Mas sem julgamento nenhum, pois para que a “quadrilha da festa” possa dançar e se divertir é preciso uma mãe com um cesto cheio de roupas para lavar, pendurar, passar e ao mesmo tempo, aquecer, proteger e aconchegar.]]>